O Presidente da Câmara de Lagos, Hugo Pereira, confirmou ao Algarve Primeiro, no domingo dia 5 de abril que só tinha a confirmação de um caso de Covid.19 no concelho, no dia em que a DGS anunciou 3 casos positivos.
O autarca disse na altura que a Delegada de Saúde tinha confirmado apenas um caso oficial, «de um senhor inglês que veio de Inglaterra para a sua casa em Lagos, no passado dia 17 de março».
O edil disse que dos dados oficiais que tinha, provenientes da Delegada de Saúde apontavam nesse dia para há 1 caso confirmado e 71 sob vigilância ativa.
O responsável lembra que o Município atuou logo na primeira hora, para tentar atrasar a chegada da pandemia ao concelho, «fomos os primeiros a suspender a ocupação da via pública, a reduzir o horário dos estabelecimentos, a interditar praias e frentes ribeirinhas e a encerrar os itinerários turísticos».
Como resposta à fase de mitigação, o concelho tem mais de mil camas para acolher doentes ou outros casos que se enquadrem no apoio à população, a entrega de material de proteção individual às forças de segurança e proteção civil. Em articulação com ARS o concelho tem um centro de colheitas de testes - o segundo a funcionar no Algarve a seguir ao de Faro-Loulé - foi também criado um espaço Covid.19, no Centro de Saúde de Lagos e a abertura do Hospital S. Gonçalo de Lagos para receber doentes Covid do SNS.
Hugo Pereira aproveitou para agradecer a atitude da população que tem seguido as indicações das autoridades de saúde, «alguma exceção para a comunidade estrangeira que cá vive, mais propriamente a comunidade inglesa, que como sabemos, o próprio primeiro-ministro britânico desvalorizou inicialmente esta questão, mas agora com as forças de segurança mais em cima já se nota que há um maior cuidado, posso dizer que a cidade está praticamente deserta».
Relativamente à economia num concelho muito virado para o setor turístico, o autarca e economista de formação, antevê que tudo depende do tempo que a comunidade cientifica consiga arranjar uma vacina ou tratamento que dê resposta à doença. «Num destino como o nosso, entendemos que as pessoas enquanto não houver essa resposta da ciência, terão algum receio em viajar e portanto acho que este ano vai ser muito complicado, mas tenho a esperança que até final do ano ou no início do próximo, se consiga em termos médicos ter uma solução, e aí a economia deverá recuperar rapidamente».
A Câmara de Lagos irá também lançar um pacote de apoio financeiro «considerável», para apoiar as famílias e empresas num reforço à economia local.
Atualização à notícia:Esta segunda-feira, dia 6 de março, o Algarve Primeiro foi contactado por um homem natural de Lagos que explicou que o caso do inglês afinal era o dele, já que regressou de Inglaterra em março, para estar perto dos seus familiares, quando foi noticiado que as fronteiras iriam ser fechadas.
O cidadão em causa que não quis dizer o nome, por uma questão de privacidade, referiu ao nosso jornal que «apenas teve tosse depois de já estar em Lagos», não tendo a certeza se importou a Covid-19 consigo, se foi contagiado durante a viagem ou já em Lagos.
João Silva, nome fictício, explicou que aos primeiros sintomas procurou a sua médica de família para poder fazer o teste que deu positivo. «O meu objetivo agora é tranquilizar a comunidade local, pois mesmo antes de ter feito o teste tive o cuidado de praticar o distanciamento social, usei sempre luvas e máscara, nas poucas vezes que saí de casa para ir às compras».
Desde que soube o resultado, diz que tem permanecido em «isolamento total não indo às compras». João Silva adiantou que soube que estava infetado, no dia 2 de abril. Na próxima semana irá novamente fazer o teste para verificar se está recuperado, caso dê negativo, deverá esperar 48 horas e fazer um novo teste para despistar a doença e saber se está realmente recuperado.
Confidenciou também que já não apresenta sintomas, assegurando que continua em isolamento, «seguindo à risca todas as instruções das autoridades de saúde».
João Silva passa a mensagem para que quem suspeite ou sinta alguns sintomas, «deverá fazer o teste, pois essa é a atitude certa e responsável para que se saiba quem é portador do vírus». Pede também que não se descrimine quem tem a Covid-19, «já é difícil o suficiente estar a batalhar contra uma doença grave como esta e sermos penalizados por isso».
Esta segunda-feira, foram também confirmados 3 casos em Lagos, pelo próprio autarca Hugo Pereira, referindo que estavam ligados a um casal estrangeiro e a um cidadão português referente à notícia. João Silva ressalva que o seu caso não está ligado ao casal estrangeiro.
