Sociedade

Covid.19: Município de Loulé responde a várias emergências ao mesmo tempo

O executivo louletano convocou esta quarta-feira os jornalistas para uma conferência de imprensa, que decorreu no Cine-Teatro Louletano, por forma a fazer o balanço do período de emergência de saúde pública no concelho, na sequência da pandemia por Covid.19.

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Aos jornalistas Vítor Aleixo, que se fez acompanhar pelo Vereador Carlos Carmo e outros elementos da proteção civil municipal, começou por dizer que a Câmara Municipal «desde muito cedo que decidiu atuar na prevenção da pandemia».
 
Além de ter sido delineado um Plano de Contingência, foram aprovadas em março, «decisões importantes» para travar a propagação do novo coronavírus e proteger a população, «não só do Município, mas de toda a região do Algarve».
 
Uma das preocupações da autarquia, tem sido a paragem económica resultante do cumprimento das normas das autoridades de saúde e do Estado de Emergência.
 
Neste âmbito, o Presidente da Câmara de Loulé referiu que o executivo «tudo tem feito para minorar» os impactos negativos da crise, junto das empresas e das famílias. Uma das metas da autarquia passa por alavancar a economia local, para que em tempo útil sejam mantidos os níveis de empregabilidade no concelho, com medidas de apoio à liquidez e tesouraria das empresas e das famílias, num montante estimado em 2 milhões de euros, para os meses de abril e maio.
 
Alguns exemplos desses apoios, passam pela isenção das tarifas fixas aplicadas ao fornecimento de água, de tratamento de águas residuais e de recolha de resíduos sólidos urbanos para os clientes não-domésticos, o prolongamento do prazo limite para pagamento das faturas de água emitidas durante os meses de abril e maio por mais seis meses, a alteração temporária dos documentos solicitados para a atribuição de tarifário social da água aos utilizadores domésticos, a isenção do pagamento de taxas municipais referentes aos transportes públicos urbanos e ao estacionamento, ainda a isenção de taxas municipais referentes à ocupação do espaço público e aéreo, a isenção do pagamento de taxas municipais de concessões dos módulos comerciais e das lojas do Mercado Municipal de Loulé bem como das concessões dos espaços municipais de café e similares.
 
Foram também assinaladas medidas direcionadas às famílias e pessoas mais carenciadas, com a criação da Linha Loulé Solidário, que já atendeu a 843 pedidos de ajuda em colaboração com as Juntas de Freguesia. Foi reformulada a Bolsa Local de Voluntariado existente, a criação de Zonas de Apoio à População e do Refeitório Social de Quarteira, que serviu 4241 refeições desde que abriu, neste período de emergência social.
 
Além destes apoios foram entregues em parceria com as IPSS'S um total de 202 cabazes alimentares entre 25 de março e 20 de abril. A isenção do pagamento das rendas de habitação social nos meses de abril e maio e as perto de 4 mil refeições servidas a alunos dos escalões A e B, durante o mês de março e abril, tem sido para muitas famílias um apoio direto que Vítor Aleixo diz querer manter.
 
O edil realçou a atenção que tem sido dada aos profissionais de saúde, «de forma a colmatar algumas lacunas e necessidades sentidas ao nível da região do Algarve», quer na colaboração com um apoio de 330 mil euros para a compra de ventiladores no âmbito de um processo desenvolvido pela AMAL - Comunidade Intermunicipal do Algarve, envolvendo todos os Municípios, quer na aquisição de equipamentos de proteção individual no valor de 450 mil euros. Em colaboração com o Algarve Biomedical Center foi criada uma linha de apoio à população, o Centro de Despistagem da Covid.19 "Drive Thru" no Parque das Cidades, a aquisição e distribuição de vestuário e equipamentos aos profissionais de saúde do concelho, no valor de 16 mil euros, além do apoio à produção de viseiras, zaragatoas, cogulas e perneiras.
 
Vítor Aleixo confirmou que estas medidas «de aquisição e as ações de prevenção já realizadas, representam um importante investimento» por parte da autarquia, que ascende a 1.750.000 euros. 
 
O responsável autárquico prometeu que nas próximas semanas vão ser tomadas mais medidas «para combater os efeitos negativos da pandemia». Autarquia está a preparar um pacote de mais apoios às empresas, para além do que já foi anunciado pelo Governo. 
 
Destacou ainda que o gabinete de crise da Câmara, tem reunido duas vezes por semana «para responder às exigências do momento», envolvendo várias entidades.
  
Relativamente à situação da Covid.19, adiantou que até esta quarta-feira, estavam 60 pessoas infetadas com o novo coronavírus no concelho, tendo sido testadas até agora, num trabalho de cooperação entre o ABC e o Ministério do Trabalho da Solidariedade e da Segurança Social, 521 pessoas em 7 lares, faltando rastrear mais 7. O número total de infetados deve-se essencialmente à situação no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime, onde foram confirmados 21 pessoas positivas no passado dia 3 de abril, mais 5 inconclusivos e 33 negativos.
 
Até agora há 8 recuperados, 1 internado no Hospital de Faro, 12 em recuperação cujo último teste deu negativo. Dos 5 que estavam inconclusivos, 4 estão negativos e 1 em recuperação. Dos 33 negativos 11 ficaram positivos, 1 faleceu, 3 estão internados, 6 estão a evoluir bem, 1 está em recuperação e 21 permanecem negativos.