O Presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, (ARS) informou hoje na conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica na região de que há 15 profissionais de saúde que estão infetados, 14 do Serviço Nacional de Saúde e 1 do setor privado, que se encontra internado.
O responsável frisou que o número médio de contágios na região é de 46 casos diários: «é uma média das mais baixas senão a mais baixa de todas as regiões do continente». Apesar destes dados, Paulo Morgado avançou que o nível de preocupação aumentou «e estamos a acompanhar a situação com um grande trabalho das nossas equipas de saúde pública de forma a controlar o problema logo na raiz».
Voltou a apelar para que as regras que estão definidas e as que vão ser definidas este sábado no Conselho de Ministros extraordinário, sejam cumpridas, «no sentido de restringir ainda mais os contactos e a possibilidade de transmissão da doença».
O representante da ARS, referiu que se tudo correr bem, é expetável que haja uma vacina para a covid.19 no início do próximo ano, «e até lá não temos outra forma que não colaborarmos todos, no esforço de controlar a pandemia», sublinhou.
Apesar de ter assumido que a situação no Algarve é «relativamente confortável, temos a perceção que esta situação muito provavelmente irá piorar, essa é uma certeza que tenho e temos de preparar as instituições para responderem a um maior afluxo de doentes nas próximas semanas, o que tem vindo a acontecer no Centro Hospitalar Universitário do Algarve».
Paulo Morgado não tem dúvidas de que vai haver «sacrifícios» para alguns profissionais e serviços e até para doentes, porque «a afluência de pessoas com covid aos serviços pode mudar de um dia para o outro ou de uma semana para outra» concluiu.
António Pina, Presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil de Faro, referiu que o desafio passa por dar resposta à economia e à saúde pública e «o desafio coletivo de não criarmos mais pressão no Serviço Nacional de Saúde, pois é a mensagem que andamos a tentar passar há meses. Em vez de irmos à janela agradecermos aos profissionais de saúde, a melhor coisa que tínhamos para lhes agradecer é um comportamento social aceitável, porque é a falta dessa lembrança que depois provoca a pressão nos serviços de saúde», advertiu.
Ana Cristina Guerreiro, delegada regional de saúde admitiu na mesma conferência de imprensa que os moldes da assistência que foram feitos na Fórmula 1, deverão ser corrigidos em alguns aspetos para a prova de Moto GP, que acontece em novembro no Autódromo Internacional do Algarve.
A responsável frisou que o parecer técnico para o Moto GP, tal como aconteceu com a Fórmula 1, será da responsabilidade da Direção-Geral da Saúde, e depende muito da situação epidemiológica do país no momento da organização do evento.
Um dos aspetos que a delegada de saúde admitiu «que não saiu muito bem, foi a permissão do público a alterar o seu lugar, e fizeram-no, mas são constrangimentos que se conseguem evitar». Outra situação referida foi «a pouca exigência dos vigilantes que aconselhavam as pessoas a colocarem as máscaras mas eram pouco firmes».
Aconselhou que para o Moto GP, a vigilância tem de ser «mais apertada e eventualmente com a colocação de separadores físicos entre setores». Outra sugestão passa por reduzir o público autorizado.