Se por um lado a fadiga já é uma realidade, por outro “não podemos baixar a guarda porque as infeções continuam em crescimento”, adverte o mesmo organismo.
Reforçando que o problema é global e que a “fadiga pandémica” já atinge cerca de 60% da população mundial, a Organização Mundial de Saúde (OMS) está em linha com a necessidade de se intervir junto da população para ajudar a minimizar esse impacto negativo.
A Ordem dos Psicólogos Portugueses começa por estabelecer que há “um sentimento de sobrecarga, por nos mantermos constantemente vigilantes, e de cansaço, por obedecermos a restrições e alterações na nossa vida”, o processo é natural, mas temos de encontrar formas de ajudar a combater esse cansaço.
De acordo com o mesmo organismo, o cansaço “pode provocar indiferença”, porque “a nossa perceção de risco relacionada com a covid-19 pode diminuir”. A ordem explica que “não é fácil perspetivar o futuro e lidar com as alterações frequentes das orientações das autoridades de saúde, à medida que também evolui o número de casos e as dinâmicas da pandemia”.
Na mesma linha, a entidade aponta exemplos como o desemprego, a perda de rendimentos ou a deterioração das condições de vida como efeitos colaterais da pandemia “igualmente devastadores”.
Neste sentido, a crise pandémica e sócio-económica gera insegurança, medo e ansiedade acerca do presente e do futuro, podendo agravar ou conduzir a dificuldades e problemas de saúde psicológica - como a depressão, a ansiedade ou o stress -, regista a Ordem dos Psicólogos Portugueses.
Ainda assim, sublinha o mesmo organismo, "apesar do cansaço, é preciso redobrar esforços para combater o vírus” e não "podemos baixar a guarda".
"Os nossos comportamentos são críticos para conter a sua propagação e para nos protegermos a nós e protegermos os outros". Contudo, é importante continuarmos a fazer a nossa vida, procurando "atividades que aumentem o nosso bem-estar e, simultaneamente, minimizar o risco em todas as situações em que nos encontremos", regista.
A Ordem deixa quatro dicas para combater a “fadiga pandémica”:
1. Comprometa-se. Usar máscara, lavar as mãos e manter o distanciamento físico é como parar no sinal vermelho ou usar o cinto de segurança. Mantenha-se seguro a si e aos outros.
2. Repita. Há comportamentos que temos de repetir até se tornarem um hábito e os fazermos sem esforço.
3. Tenha sempre à mão. É mais fácil não nos esquecermos se tivermos sempre desinfetante à mão, assim como uma máscara (na mala, no carro, na entrada de casa).
4. Aceite e persista, não desista. A pandemia ainda está para durar, mas adaptar a nossa vida ao novo coronavírus é possível (e necessário). Há poucos anos era comum a oferta de um número elevado de sacos de plástico descartáveis nos supermercados. Hoje tal não sucede e adaptamo-nos a essa nova realidade, ajustando o nosso comportamento.