A Comissão Concelhia de São Brás de Alportel do Partido Comunista Português considera que as medidas impostas pelo Governo «são desproporcionais».
Em causa está a aprovação no passado dia 30 de outubro, da resolução do Conselho de Ministros que renovou a situação de calamidade em todo o território nacional continental, até às 23h59 do dia 15 de novembro, e alargou a outros concelhos as medidas especiais que tinham sido estabelecidas, introduzindo-se ainda algumas alterações adicionais. As medidas especiais passaram a abranger novos concelhos tendo em consideração o número de casos por cada 100.000 habitantes, em que o concelho de São Brás de Alportel foi incluído na lista de 121 concelhos de “alto risco de contágio” onde se aplicam, a partir amanhã, 4 de novembro, um conjunto de medidas restritivas.
O PCP sublinha em comunicado que este surto epidémico coloca problemas sanitários, económicos e sociais «que não são resolvidos pela limitação de direitos e a criação de climas de medo».
No conjunto das medidas a aplicar destacava-se, por exemplo, a penalização dos feirantes com a decisão de encerrar feiras e mercados no exterior mantendo por outro lado as grandes superfícies em atividade, «o que apenas contribuiria para agravar não só as dificuldades, mas o sentimento de desespero no seio deste setor», regista.
Com o Governo aparentemente a voltar parcialmente atrás, deixando agora a decisão na mão das autarquias, os comunistas consideram que «não haverá motivos» para que em São Brás de Alportel se penalize este setor, «garantindo-se sempre o cumprimento das indicações da DGS».
O Partido Comunista Português defende que a prioridade no combate à Covid-19 passa pelo reforço do Serviço Nacional de Saúde, o reforço urgente dos profissionais em falta, o aumento do número de camas hospitalares, nomeadamente camas de cuidados intensivos, normalizar o funcionamento dos cuidados de saúde primários através do recrutamento de meios e enfermeiros de família e o alargamento da estrutura de saúde pública, «instrumento fundamental para a deteção dos surtos e interrupção das cadeias de contágio».
Além da questão sanitária, recomenda que se faça «a pedagogia da proteção»; a dinamização das atividades económicas, sociais, culturais e desportivas, conclui.