Sociedade

Covid.19:Presidente da Ordem dos Médicos do Sul alerta que no limite Algarve pode fechar

Alexandre Valentim Lourenço (Foto Facebook)
Alexandre Valentim Lourenço (Foto Facebook)  
Apesar de o Algarve ter sido uma das regiões do país com menos contágio de covid-19, uma festa ilegal há dez dias, no Clube Desportivo de Odiáxere (Lagos), fez acionar o alerta das autoridades de saúde, onde já se registaram pelo menos 37 infetados.

 
Em entrevista ao Diário de Notícias, o presidente da Ordem dos Médicos do Sul, diz não ter tido conhecimento de algum reforço nos recursos humanos algarvios antes da pandemia e com o verão à porta, antevê:«Estamos numa fase em que a tomada de decisões para bem da saúde pública pode ser dolorosa para a economia e para o turismo nacional.»
 
Alexandre Valentim Lourenço pede mais profissionais, durante todo o ano para o Algarve, área turística por execelência, e questiona se as estruturas de saúde pública serão capazes de lidar com os desafios para conter a infeção.
 
Nas mesmas declarações ao DN, defende que nos casos de covid-19, a possibilidade de rastrear os primeiros casos e depois de fazer o seguimento de todos os contactos com uma política de quarentena é essencial para que a infeção não alastre além dos pequenos surtos. 
 
No caso do Algarve, lembra que será mais dificil a quarentena, «Porque as pessoas que vão para o Algarve no verão de férias têm comportamentos sociais completamente opostos aos de confinamento. O Algarve é conhecido pelas praias mas também pelos bares, pelas discotecas, pelo contacto social mais intenso de pessoas que não o tiveram durante um ano. E, neste ano, foi particularmente mau com os problemas da covid», cuja preocupação sobre a resposta aos picos de sobrelotação no verão, «é dupla», acrescenta.
 
Para o presidente da Ordem dos Médicos do Sul, não chega comprar ventiladores. «Nós gastámos muito dinheiro em ventiladores, mas esses ventiladores não vão funcionar sozinhos. Puseram-se 500 ventiladores no Algarve, mas se não houver médicos, estes não trabalham. E depois é preciso saber se vão ser tomadas medidas excecionais para interromper o turismo no Algarve no meio do verão. Se de repente tivermos um surto de cem casos em Faro ou em Portimão vamos ter de fechar o Algarve», considera ao mesmo jornal.