Política

Cristóvão Norte considera que Plano Nacional Ferroviário "encolhe país a Norte, pouco a Sul e adia obras vitais"

 
O PSD Algarve diz ter tomado conhecimento da iniciativa do Governo no que respeita ao Plano Ferroviário Nacional, proposto para vigorar até 2050.

Em comunicado, o partido refere que o exercício de planeamento é importante, mas alerta para "os atrasos e insuficiências em todos os dossiers ferroviários relativos à região e que afetam o dia a dia dos cidadãos". Dá como exemplos, a eletrificação de troços - "os quais já deviam estar concluídos de acordo com os calendários em vigor"; a aquisição de material circulante, os tempos de deslocação muito elevados e pouco competitivos, "por exemplo a ligação entre Vila Real de Santo António e Lagos que ascende a perto de três horas, o que afasta muitos potenciais utentes e enfraquece o papel da ferrovia na região"; o atraso na preparação do processo da ligação ao aeroporto de Faro - designadamente com o estudo de impacto ambiental - "essencial para injetar na rede milhões de passageiros e ser alternativa ao modo rodoviário", e a incapacidade de obter um acordo com Espanha, no sentido de garantir a ligação do Algarve à Andaluzia, Faro - Huelva - Sevilha, "que é o troço que falta para completar o eixo ferroviário mediterrânico - o qual atravessa vários países até à Hungria e está ausente dos acordos entre o Governo português e espanhol". 
 
O PSD Algarve entende como positivo a previsão da extensão da Linha do Algarve até Vila do Bispo e a possibilidade de rever o traçado da Linha do Algarve de modo a avançar com um modelo tipo metro de superfície regional, "o qual valorizaria a ferrovia como solução para deslocações pendulares intrarregionais". 
 
Como negativo, assinala a redução de tempo estimado na ligação a Lisboa, já que é a menor redução em termos relativos para os pontos mais populosos do país. Segundo Cristóvão Norte, Presidente do PSD Algarve, "Com a proposta apresentada, na ferrovia, Portugal encolhe muito a Norte e pouco a Sul, pelo que a distância Lisboa-Viana do Castelo, perto de 380 km, far-se-á, segundo o plano apresentado pelo Governo, em menos 30 minutos do que o percurso Lisboa - Faro, cerca de 280 km. É esta gritante desigualdade que deve ser revista, de modo a que a ferrovia possa servir os algarvios em circunstâncias semelhantes, ainda por cima quando é proposto eliminar os voos continentais internos, pelo que as ligações ferroviárias a Lisboa e Porto ganham especial importância. O Algarve não pode esperar mais 30 anos", considera.