Paulo Alves é o novo presidente da Câmara Municipal de Monchique. Após 12 anos de liderança do PSD, o PS conquistou os munícipes, obtendo maioria absoluta, com mais do dobro dos votos dos sociais-democratas.
O Algarve Primeiro entrevistou o novo responsável máximo do município.
Sobre o mandato, a grande aposta recai sobre a questão da habitação. «Monchique não tem uma estratégia local de habitação, a maior parte dos concelhos vizinhos já a elaboraram e começaram a executar no terreno. Eu considero que é essencial porque vai permitir definir onde é que, como e para quem é que podemos atuar, e isso é fundamental para um território que está a perder população. A fixação dos mais jovens depende muito da oferta de habitação a custos acessíveis, ao arrendamento acessível, a custos controlados».
De resto, é seguir o programa, que assenta em três palavras: cuidar, recuperar e valorizar. «Há muito para recuperar, a rede viária, a questão dos edifícios municipais, de criar valor naquilo que nos diferencia, que são todos aqueles produtos endógenos da nossa serra, natureza, água, medronho, gastronomia, tanta coisa que a gente conhece que nos diferencia dos outros, mas é preciso valorizar e cuidar. Depois há outras linhas de atuação, questões ambientais, a questão dos incêndios rurais, a eficiência energética, entre outras, há projetos em curso que ainda não apareceram no terreno, é preciso perceber como é que eles estão. Há tanta coisa para fazer».
Frisou outras questões que espera resolver num futuro próximo, nomeadamente, «a manutenção dos edifícios e equipamentos municipais, dar condições aos trabalhadores municipais para poderem desempenhar melhor as funções que têm perante a população. A questão da recolha dos lixos, por exemplo. Temos que atuar urgentemente sobre isso. Depois há pequenas coisas como a questão das sinaléticas, existem escolas sem parques infantis e sem abrigos, onde as crianças estão expostas ao calor e ao frio, temos de arranjar forma de as equipar, é um projeto de recuperação das escolas. É urgente e temos de verificar, até em termos de financiamento público».
O objetivo é que dentro quatro anos, Monchique esteja, «muito melhor, mais resiliente aos incêndios, com mais população, mais agradável para se viver do que é atualmente».
Agradeceu a confiança dos munícipes, dizendo ser um presidente de todos, «contem comigo, com a minha equipa para trabalhar em prol de Monchique», salientando que o contributo dos monchiquenses é essencial, «nesta tarefa que no fundo não é só nossa, é de todos. De recuperar, cuidar e valorizar o que temos melhor, que é Mochique».