Sociedade

Cultura:Faro apresenta plano "pioneiro" alinhado com a Agenda 2030 da ONU

 
O Município de Faro é o primeiro da Europa a desenvolver um Plano Estratégico para a Cultura totalmente comprometido com o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos na Agenda 2030 pela ONU, adotados por 193 países.

 
Conforme explica o Município em comunicado, o Plano Estratégico para a Cultura de Faro tem por base os indicadores temáticos definidos na Agenda 2030 da Unesco que visam auxiliar as cidades a aferir o contributo local da cultura para os ODS, nomeadamente para melhor alicerçar os 5 pilares da Agenda 2030: pessoas, planeta, prosperidade, paz e parcerias. 
 
De acordo com Rogério Bacalhau, presidente do Câmara de Faro, “pretende-se que a Cultura seja o motor de desenvolvimento de Faro pelo que é lógico que se adotem as metodologias preconizadas pela Agenda 2030 da Unesco uma vez que estas também colocam a cultura no centro das políticas de desenvolvimento territorial.”
 
Para materializar estes objetivos, o Plano Estratégico para a Cultura de Faro organiza os seus programas de atuação segundo quatro dimensões temáticas alinhadas com os Indicadores Cultura 2030, mas interpretadas à luz do contexto do Município de Faro. 
 
Em linha com a dimensão “Ambiente e Resiliência”, o plano apresenta a dimensão “Paisagem Cultural”, com enfoque no património material, imaterial e natural, na qualidade do ambiente urbano, incluindo as respostas em termos de mobilidade e de equilíbrios ecológicos. 
 
Paralelamente ao pilar “Prosperidade e Meios de Vida”, definido pelos ODS, a segunda dimensão é “Economia Criativa”, que visa contribuir para aspetos chave da economia, através do desenvolvimento de projetos culturais e estruturas de governança do setor. 
 
“Competências Criativas” em paralelo com “Conhecimento e Competências”, vai ter o foco no contributo da cultura para construção de conhecimento; e por último “Participação Cultural”, que a par com o pilar “Inclusão e Participação Cultural” dos ODS irá contribuir para o reforço da coesão social e da inclusão, lê-se no mesmo comunicado.
 
A autarquia avança que o processo teve início em outubro de 2019 que numa primeira fase consistiu "num extenso processo de diagnóstico" sobre o estado de arte do setor cultural e criativo do concelho. Além da análise de documentos e dados, tiveram lugar vários momentos de auscultação a entidades, agentes culturais, bem como cidadãos a título individual, reunindo mais de três centenas de pareceres, tratando-se segundo o Município, "num dos documentos estratégicos para a cultura mais participados do país". 
 
Seguiu-se uma fase de estruturação e análise da informação, tendo o Município apresentado publicamente esta terça-feira a primeira proposta que está sob consulta pública até meados de setembro. “Este é um processo fundamental para a cidade e é de extrema importância que seja participado pelo maior número de pessoas e que o setor cultural e criativo se reveja nos programas a implementar pelo Município”, explica o autarca Rogério Bacalhau.
 
Refira-se que no Plano agora apresentado está outro objetivo da Câmara farense, relacionado com a candidatura de Faro a Capital Europeia da Cultura 2027. Embora este documento preveja ações até 2030, o compromisso do Município com a construção e desenvolvimento de uma estratégia cultural é um pilar para a candidatura e ponto de partida da mesma.