Política

Delegação do PCP visitou Hospital de Lagos e traçou "Raio X" negro

 
O Grupo Parlamentar do PCP, por intermédio dos deputados Paulo Sá e Carla Cruz, questionaram o Ministro da Saúde.

 
Uma delegação do PCP, integrando o deputado Paulo Sá eleito pelo Algarve, visitou o Hospital de Lagos no passado dia 12 de fevereiro, para se inteirar das condições de funcionamento deste estabelecimento de saúde que serve os concelhos de Lagos, Vila do Bispo e Aljezur.
 
Tal como o PCP já havia alertado anteriormente, as instalações do Hospital de Lagos são exíguas e desadequadas, exigindo-se a sua relocalização, dada a inviabilidade de ampliação das instalações existentes, não só pela exiguidade dos terrenos, como pelo facto de estarem adossadas às muralhas da cidade, classificadas de Monumento Nacional. "A mudança para novas instalações é uma necessidade antiga a que urge dar resposta", destacam os comunistas.
 
As consultas externas no Hospital de Lagos estão limitadas à Medicina Interna (todos os dias), à Diabetes (três vezes por semana), à Nutrição (três vezes por semana), à Psiquiatria (uma vez por semana), à Fisiatria (de duas em duas semanas) e à Hematologia Oncológica (uma vez por mês).
 
Além de disponibilizar estas consultas com maior frequência – reduzindo os tempos de espera –, seria necessário alargar a sua abrangência, incluindo outras especialidades como a Cirurgia Geral, a Ortopedia e a Pediatria (consultas externas que foram facultadas até 2011, altura em que foram transferidas para o Hospital de Portimão, obrigando à deslocação dos utentes dos concelhos de Lagos, Vila do Bispo e Aljezur a esse hospital). 
 
O Hospital de Lagos dispõe ainda de um Serviço de Urgência Básica com uma lotação máxima para 20 doentes. No inverno, devido aos surtos de gripe, e no Verão, devido ao grande afluxo de turistas, este serviço de urgência tem episódios de sobrelotação e os tempos médios de espera ultrapassam os tempos recomendados pela triagem de Manchester, alerta o mesmo Grupo Parlamentar.
 
Acresce que, durante o último ano, não foi assegurada a presença de dois médicos em todos os turnos e a equipa de enfermagem torna-se insuficiente quando um dos enfermeiros tem de sair com a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV).
 
Tal como nas urgências dos hospitais de Faro e de Portimão, o equipamento do SUB de Lagos precisa de ser renovado, acrescenta nota do Grupo Parlamentar.
 
O Serviço de Medicina do Hospital de Lagos tem 40 camas para internamento, as quais são geridas conjuntamente com as camas do Hospital de Portimão. Tendo em conta o número de utentes dos concelhos Lagos, Vila do Bispo e Aljezur que necessitam de internamento neste serviço, o número de camas deveria ser expandido, por questões de proximidade dos utentes aos seus locais de residências e às suas famílias. Acresce que dois dos quartos do Serviço de Medicina têm 7 camas e outros têm 4 camas, quando não se deveria ultrapassar as 3 camas por quarto. 
 
Há uma carência acentuada de enfermeiros no Serviço de Medicina: são 30, quando de acordo com as dotações seguras deveriam ser 47. Acresce que dos 30 enfermeiros atualmente ao serviço, 27 têm contrato individual de trabalho, pelo que a passagem do horário de trabalho destes 27 profissionais para as 35 horas semanais irá exigir um reforço adicional de pessoal.
 
Neste Serviço há ainda uma carência de assistentes operacionais, sendo necessária a contratação de pelo menos mais cinco.
 
É ainda necessário renovar o equipamento deste Serviço, que é antiquado.
 
Por fim, o Laboratório do Hospital de Lagos faz análises para o Serviço de Urgência Básica e para o Serviço de Medicina, além de fazer análises para fora. Contudo, funciona apenas das 8 às 24 horas. Durante a noite, se no Serviço de Urgência for necessário fazer análises, o doente tem de ser transferido para o Hospital de Portimão. Tal como os demais serviços do Hospital de Lagos, as instalações do Laboratório são exíguas, precisando de ser expandidas.
 
Os recursos humanos no Laboratório são também insuficientes, sendo necessário o seu reforço, já que de acordo com a mesma fonte, em breve irão aposentar-se dois profissionais.
 
Assim, o Grupo Parlamentar do PCP, por intermédio dos deputados Paulo Sá e Carla Cruz, questionaram o Ministro da Saúde, querendo saber por exemplo, se o Governo reconhece que as instalações do Hospital de Lagos são exíguas e desadequadas, se tenciona reforçar os recursos humanos alocados às Consultas Externas, permitindo reduzir os tempos de espera dessas consultas e alargando-as a outras especialidades como a Cirurgia Geral, a Ortopedia e a Pediatria, ainda como justifica que, durante o último ano, não tenha sido assegurada a presença de dois médicos em todos os turnos do Serviço de Urgência Básica do Hospital, se vai dotar o Hospital de Lagos de um número adequado de enfermeiros, permitindo colmatar as carências nos diferentes serviços, assim como o reforço dos recursos humanos do Laboratório do Hospital ou como justifica o Governo que nas Consultas Externas não haja assistentes operacionais e a limpeza das instalações tenha sido entregue a uma empresa privada.
 
Finalmete os deputados querem ainda saber se o Governo vai autorizar a contratação de assistentes operacionais para o Hospital de Lagos, permitindo dotar as Consultas Externas destes profissionais de saúde e reforçar o seu número no Serviço de Medicina e para quando a renovação dos equipamentos nos diversos serviços.