Após publicação em Diário da República, no dia 22 de outubro, do anúncio da Empreitada de Intervenção de Requalificação da Ilha da Culatra referente ao Núcleo do Farol Nascente, e no dia 28 de outubro, do anúncio da Empreitada de Intervenção e Requalificação da Ilha da Culatra correspondente ao Núcleo dos Hangares, no âmbito da Intervenção da Polis Litoral Ria Formosa, a Câmara Municipal de Faro manifestou hoje em comunicado a sua oposição a estas operações que entende "lesivas dos melhores interesses de Faro".
A autarquia esclarece, que quando, em Março de 2008, a Assembleia Municipal de Faro deliberou aprovar o Programa Polis, ficou decidido que as intervenções a efetuar incluiriam, um conjunto de intervenções construtivas "essenciais", nomeadamente a execução das operações de desassoreamento do leito e a construção do novo acesso à Praia de Faro.
Tendo em conta a inexistência de verbas para a execução das referidas obras, "leva a crer que não haja tempo útil para a sua realização, já que a Sociedade Polis extingue-se em Dezembro de 2015, o que constitui para Faro uma profunda desilusão".
A Câmara Municipal de Faro contesta ainda a "determinação da Sociedade Polis Litoral da Ria Formosa em proceder à demolição de todas as casas existentes, apesar de estes aglomerados (Farol Nascente e o Núcleo dos Hangares) se encontrarem implantados numa área que não está sujeita à ação direta do mar, com muitas destas edificações corresponderem a prédios inscritos na matriz".
Com base nestes argumentos, o executivo de Rogério Bacalhau, adianta que foi apresentada ao Governo, e em sede de Assembleia Geral da Sociedade Polis, uma proposta no sentido da adoção de um modelo de concessão da gestão do domínio público hídrico ao Município de Faro, permitindo que este administrasse aqueles territórios, "otimizando a gestão dos recursos disponíveis, não merecendo qualquer provimento por parte do Governo".
Deste modo e perante a determinação em levar por diante estas demolições, o Município de Faro diz sentir-se "profundamente defraudado nas suas expectativas, pela falta de investimento programado", exemplificando com as ações de Valorização da Hidrodinâmica da Ria Formosa e Mitigação dos Risco nas Ilhas Barreira, nomeadamente a realização de dragagens no Esteiro do Ramalhete ou a construção na integra dos acessos à Praia de Faro, pela não definição do Estatuto dos Núcleos da Ilha da Culatra e ainda pela "incompreensão manifestada" em face do que são os superiores interesses das populações do concelho.