No mês de agosto, a urgência do Hospital de Portimão, funciona a 60 por cento da capacidade definida para o Centro Hospitalar do Algarve para assegurar a resposta assistencial adequada, em Lagos, a 75 por cento.
Cenário preocupante dado a conhecer esta manhã por parte do deputado algarvio do PSD.
Em comunicado o deputado adiantou que em Portimão, registam-se casos, como no próximo dia 20 de agosto, em que no período noturno não haverá cobertura do serviço de urgência. Vários outros em que apenas haverá um clínico dos cinco considerados necessários, "uma situação grave e indesejada, a qual deve ser prontamente resolvida", defende.
Cristovão Norte lembra que o Ministro da Saúde "foi categórico, tendo afirmado que o Algarve não entraria no Verão com dificuldades intoleráveis".
Para justificar é dada uma lista de "factos que desmentem rotundamente tal compromisso", onde o parlamentar confirma que no CHA houve uma redução do total de consultas médicas; redução de 12,5 por cento das intervenções cirúrgicas programadas e de 25 por cento nas urgentes; redução de 3,3 por cento dos doentes saídos do internamento; redução de 7,5 das primeiras consultas, o que equivale a mais listas de espera; redução de mais de 4 milhões no orçamento do Centro Hospitalar do Algarve; aumento das facturas em atraso, a exemplo do que acontece em todo o país; os Directores de serviço têm-se demitido e com uma regularidade sem precedentes.
Cristovão Norte frisa que "ano após ano vemos que os médicos não se fixam em regiões mais periféricas. Os incentivos estabelecidos não parecem fazer efeito. A isto junta-se quem pode formar os médicos no internato, o número de vagas e o proteccionismo da Ordem. Temos hoje a absurda situação de ter falta de médicos e haver médicos que querem vir para o Algarve especializar-se mas não têm vaga. Isto não serve ao Algarve. Os custos de medicina são caros. O Estado assume os encargos nas Universidades públicas que todos pagamos com os nossos impostos. Se a situação não se resolve, em último caso, tem que se estabelecer um regime que obrigue a um prazo de exercício da profissão onde o Estado decidir para levar a saúde onde se precisa que ela esteja".