Política

Deputado Rui Cristina diz que Centro de Experimentação Agrícola de Tavira está "a salvo"

Os deputados do PSD eleitos pelo Algarve questionaram em fevereiro de 2020 o Governo, através do Ministro das Infraestruturas e da Habitação, para o traçado de uma estrada de 20 metros de largura e 625 metros de comprimento ao longo do terreno do (CEA) de Tavira, do qual discordavam, "por ameaçar de forma irreversível" o trabalho desenvolvido naquele equipamento "essencial para o desenvolvimento agrícola da região".

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Segundo o deputado Rui Cristina, «após este alerta, foi suprimido o projeto das Infraestruturas de Portugal naquele troço de estrada, que ameaçava o trabalho de recolha, conservação e caraterização de variedades tradicionais de fruteiras algarvias e ainda de prospeção e caraterização da variabilidade genética de castas de videiras autóctones».
 
Para o parlamentar, «as Infraestruturas de Portugal (IP), responsável do projeto, reconheceu que seria necessário um percurso alternativo para o trânsito automóvel entrar na cidade, pelo que o CEA, de momento está a salvo».
 
Citando a resposta enviada pelo Ministro, Rui Cristina esclarece que "a Declaração do Impacte Ambiental do projeto refere agora que não existem condições favoráveis para emitir decisão favorável à solução técnica apresentada pela Infraestruturas de Portugal".
 
Rui Cristina diz estar afastada, para já, a expropriação parcial de terrenos, que pertencem ao CEA de Tavira, e a consequente fragmentação desta propriedade «que comprometia o funcionamento prático e a viabilidade científica deste centro que, futuramente, se veria sujeito aos mais variados tipos de poluição e especulação».
 
Contudo, os três deputados algarvios do PSD, (Cristóvão Norte, Rui Cristina e Ofélia Ramos) anunciaram que irão manter-se atentos às alterações que virão a ser propostas para alterar o projeto, "no sentido de estas preservarem não só o CEA de Tavira, mas também a preservação ambiental do concelho, assim como a fluidez da entrada de trânsito na cidade de Tavira".
 
Em comunicado os parlamentares lembram que o projeto da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal, IP, suscitou declarações contraditórias, espelhadas na imprensa, por parte daquele organismo que não assume a escolha do traçado e alega ser o mesmo da responsabilidade da Câmara Municipal local, a quem teriam sido apresentadas duas alternativas, tendo alegadamente a autarquia de Tavira optado pelo traçado que invadia o CEA de Tavira.
 
Justificação rejeitada pela Presidente da Câmara Municipal, em sessão pública da Assembleia Municipal daquele concelho, que referiu desconhecer qualquer projeto relativo àquele equipamento agrícola.
 
Rui Cristina considera ainda que «a eletrificação da Linha do Algarve, no troço Faro – Vila Real de Santo António (VRSA), é desde há muito aguardada e consideramos a obra positiva e necessária, mas o futuro projeto terá de salvaguardar os impactos negativos do traçado da variante de acesso a Tavira».