“A Clusterização do mar e as atividades no mar” serviu de mote para um seminário, organizado pela Comissão de Agricultura e Mar (CAM) - Assembleia da República, que se realizou ontem, no anfiteatro Teresa Júdice Gamito (edifício 1), Campus de Gambelas da Universidade do Algarve.
A sessão de abertura foi presidida por Vasco Cunha, presidente da Comissão de Agricultura e Mar, e por António Branco, reitor da Universidade do Algarve.
No primeiro painel, onde se pretendia analisar a “realidade internacional versus a realidade nacional”, destacou-se a participação de José Roças Esteves, da Sociedade de Avaliação de Empresas de Risco, que se centrou no " hypercluster do mar", composto por 13 clusters.
O orador defendeu que os 3 principias clusters da economia portuguesa são: “os portos e transportes marítimos”, a “náutica de recreio e turismo náutico” e a “energia, minerais e biotecnologia.” José Roças Esteves focou ainda a fraca capacidade dos portos portugueses e o potencial económico da aquacultura, que em Portugal é zero, comparando-o com a Grécia, que produz 17 vezes mais, Espanha, com uma produção 40 vezes superior, e a Noruega, que produz 100 vezes mais pescado do que Portugal (7 mil toneladas).
João Vargues, vice-presidente da Maralgarve, Associação para a Dinamização do Conhecimento e da Economia do Mar no Algarve, falou sobre “A experiência do Mar Algarve”, alertando para a urgência de criar um simplex para o setor porque precisa de “uma máquina do Estado, que funcione de forma célere”. Para João Vargues tem de existir uma clara separação entre a administração e as autoridades.
No segundo painel, intitulado “As atividades do mar: a investigação e a preservação dos recursos vivos”, foram apresentadas três palestras: José Guerreiro, professor da Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa, falou sobre “ A economia do mar e a sua interligação com o território”; Adelino Canário, professor catedrático e coordenador do Centro de Ciências do Mar da UAlg, alertou para a importância da “investigação científica”; e Miguel Sequeira, da direção-geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, focou a relevância da “preservação ambiental”.
Os vários grupos parlamentares que integraram a comitiva da Assembleia da República, também foram chamados a intervir, num espaço de opinião onde puderam apresentar a sua perspetiva sobre o tema em destaque.
Para encerrar a sessão, estiveram presentes Jorge Botelho, presidente do Conselho Intermunicipal do Algarve, e David Santos, presidente da Comissão de Coordenação para Desenvolvimento Regional (CCDR).