Sociedade

Despiste de trator fez dois feridos graves em Loulé

Cinco pessoas ficaram ontem ao início da tarde feridas depois de o trator em que seguiam se ter despistado e virado, na Estrada Nacional 125, no sítio do Troto, em Loulé.

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Segundo descreve hoje o "Correio da Manhã", duas das vítimas ficaram com ferimentos graves e tiveram de receber assistência hospitalar. 
 
Seguiam todas para a conhecida Festa da Pinha, que decorreu este sábado, e que anualmente junta centenas de pessoas no mato do Ludo. 
 
O "CM", adianta que tinham saído de Estoi, durante a manhã, transportados por um trator com um atrelado, mas só ao início da tarde é que aconteceu o acidente. Por volta das 13h30, no cruzamento para a estrada do Ludo, na EN 125, no sítio do Troto, o trator virou-se, deixando os ocupantes debaixo do atrelado. 
 
Uma mulher, de 20 e outra de 43 anos, foram as vítimas mais graves deste acidente que foram transportadas para o hospital de Faro pelo INEM. 
 
Os restantes três ocupantes do trator ficaram ligeiramente feridos, com escoriações. 
 
 
A Festa da Pinha:
 
A Festa da Pinha constitui um verdadeiro “ex-libris” da aldeia de Estoi e um convite aos forasteiros para assistirem a um cortejo secular.
 
Ancestral e centenária, também conhecida como a festa dos “almocreves” e “romeiros”, a tradição mantém-se anualmente em Estoi no dia 2 de Maio.
 
De acordo com os relatos das gentes mais antigas da aldeia, “há muitos anos atrás, no tempo em que existiam em Estoi os tais ‘almocreves’ (pessoas que conduziam ‘bestas de carga’ transportando mercadoria de uma terra para outra), havia no Ludo um senhor, filho ou descendente de um dos Condes de Carvalhais que era muito boa pessoa e emprestava dinheiro aos “almocreves” para os mesmos poderem adquirir as mercadorias que levavam para o Alentejo ou mesmo para as Beiras. Era no Ludo que se faziam as trocas de produtos quando os romeiros regressavam ao Algarve”.
 
Este apontamento foi publicado no Blog Festa da Pinha, por José Joaquim Domingues, que realça que, naquele tempo estas viagens eram para além de perigosas, muito demoradas pelo que uma vez por ano acertavam contas com o tal senhor no Ludo.”
 
Desta forma, no dia 2 de Maio seria a data escolhida para o pagamento.
 
Os almocreves eram sempre recebidos num ambiente festivo, onde comiam, bebiam e dançavam, junto à residência do senhor, nos pinheiros do Ludo.
 
De acordo com o mesmo autor, “regressavam nessa noite a Estoi, empunhando archotes, indo em romaria, felizes agradecer à Nossa Senhora do Pé da Cruz, onde junto ao cruzeiro queimavam alecrim.
 
No dia seguinte que é o dia de Vera Cruz, faziam a procissão em honra de Nossa Senhora, percorrendo as ruas da aldeia, vestidos com os seus trajes característicos de almocreves ou seja: calça e colete pretos, camisa branca, cinta preta e barrete preto.
 
Quanto às mulheres vestiam saia preta e blusa branca, embora naquele tempo, talvez devido à perigosidade dos caminhos, não iam ao Ludo e apenas participavam na festa, em Estoi.”
 
A festa repete-se ano após ano e transporta para a aldeia a memória do tempo num momento de convívio que vai juntando as novas gerações à tradição.