Sociedade

Destacado professor da Universidade de Stanford apresenta conferência em Loulé

A Câmara Municipal de Loulé e a Universidade do Algarve dão as mãos para trazer a Loulé Hans Ulrich Gumbrecht.

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O teórico literário, professor de Literatura e investigador da Universidade de Stanford, apresenta, no próximo dia 13 de novembro, pelas 21h30, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a conferência “Pode o Barroco ser Europeu?”.
 
Esta iniciativa surge no âmbito da temática sobre a Europa - “O lugar do Europeu - visões a partir do Sul” que a Autarquia irá continuar a desenvolver.
 
Conforme descreve nota da edilidade Hans Ulrich Gumbrecht (nascido em 1948) é um dos mais interessantes e importantes pensadores da atualidade. De origem e formação alemãs, ensina na Universidade de Stanford desde 1989, é Professor Convidado do Programa em Teoria da Literatura na Faculdade de Letras de Lisboa e leciona anualmente em programas de pós-graduação em universidades do Brasil. As suas crónicas são publicadas com regularidade em jornais de língua alemã, portuguesa, espanhola e inglesa.
 
Dedicou-se desde cedo ao estudo da cultura ocidental, num âmbito mais alargado, a partir da análise de textos medievais. O alcance do seu pensamento, desafiador e inquieto, passou a abranger áreas que vão desde a História da Literatura e da Cultura, à Filosofia, até à Estética dos Desportos. Um dos seus livros mais estimulantes, Elogio da Beleza Atlética, de 2006, sugere novos modos de entender o desporto, assim como ferramentas de análise daquilo que é, nos nossos dias, objeto de verdadeiro fascínio.
 
Outras obras suas centram se em como percebemos o tempo e em como essa perceção molda o que pensamos dos dias que correm: um estudo da História do Ocidente a partir do eixo de um ano do século XX  - Em 1926 – Vivendo no Limite do Tempo, de 1997; uma reflexão sobre a catástrofe humana, pessoal e coletiva, que foi a Segunda Guerra Mundial  - Depois de 1945: Latência como Origem do Presente, de 2012, e, mais recentemente, uma visão algo amargurada e algo divertida do mundo enquanto lugar de dispersão e de exigência de ubiquidade  - Nosso Amplo Presente: Tempo e Cultura Contemporânea, de 2015. 
 
O seu contributo para aquilo a que gosta de chamar riskful thinking, uma atitude de questionamento permanente, deu às Humanidades uma série de conceitos operativos para a análise da cultura: materialidades da cultura, produção de presença, latência, stimmung ou ambiência, tempo amplo, entre outros. Ouvi-lo é escutar a voz de alguém que se situa no lugar do indivíduo para refletir criticamente acerca do tempo da sociedade.
 
A conferência será apresentada em Português e contará com uma introdução inicial por Mirian Tavares, da Universidade do Algarve com entrada livre.