Assinala-se hoje o Dia Mundial da Água, com o objetivo de chamar a atenção para a importância deste recurso natural e para a sua utilização sustentável. Sobre esta matéria, o Município de Loulé associou-se às celebrações, que este ano têm como mote “Acelerar a mudança para resolver a crise de água e saneamento”. Aproveitando o mote, a autarquia fez o balanço do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao longo dos últimos anos no concelho.
Em nota publicada, a Câmara louletana destaca um dos resultados mais relevantes desse trabalho que respeita aos indicadores de desempenho da qualidade de serviço das redes de distribuição da água e o empenho para melhorar os mesmos.
De acordo com os indicadores da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos), as empresas municipais do concelho de Loulé são as entidades gestoras de água no Algarve que apresentaram um melhor desempenho no ano de 2021 ao nível da água não faturada. A Infraquinta destaca-se com 3%, seguida da Infralobo com 6,4% e da Inframoura com 8,6%.
Por seu turno, a Câmara Municipal de Loulé, que gere fora da área de atuação destas “infras”, tem também vindo a apresentar uma tendência decrescente em relação às perdas, passando dos 40,9% em 2019, para os 33,4% em 2021.
Em 2019, foi constituída a Unidade Operacional de Eficiência Hídrica, com uma equipa multidisciplinar, que tem como funções a elaboração e atualização do cadastro das redes de abastecimento, a definição de estratégias de combate a perdas de água, o desenvolvimento de projetos de origens alternativas de água e o controlo analítico da qualidade da água distribuída.
Para ajudar a reduzir as perdas, a Câmara Municipal elenca as medidas já implementadas como a renovação do parque de contadores, a fiscalização de usos ilícitos e a análise de consumos próprios. Já no campo das perdas reais, o cadastro, a medição de volumes reais, a criação de 101 zonas de medição e controlo e de 43 de zonas de pressão controlada, o controlo ativo de fugas, são projetos que irão ser desenvolvidos, mas ainda não estão a ser implementados. Finalmente, quanto aos consumos autorizados não faturados, a autarquia acrescenta que tem vindo a quantificar os volumes utilizados pelos serviços de Bombeiros ou pelos serviços de salubridade para lavagens de ruas e contentores, tendo instalado também contadores em espaços públicos onde não existia medição para faturação, o que permitiu reduzir o valor das perdas.
No âmbito do PEES (Programa de Estabilização Económica e Social) e do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), foi aprovado um financiamento de 550 mil euros para projetos neste setor, como a modernização do sistema de telegestão da rede de abastecimento e a intalação de sistemas de rega urbana inteligentes e eficientes.
Em curso estão outros projetos de eficiência hídrica no concelho, como a reconversão do coberto vegetal em espaços verdes públicos (substituição de relvados por inertes e plantas autóctones), a diminuição de consumos em espaços desportivos com a instalação de redutores de caudais, o projeto-piloto no Jardim das Comunidades em Almancil em parceria com a UAlg, a revisão do regulamento e da estrutura tarifária do serviço de abastecimento de água, a utilização das águas de recirculação das piscinas de Quarteira, o aproveitamento de água proveniente da Mina de Sal-gema para rega e outros fins, rega de espaços verdes com água das Bicas Velhas, o reaproveitamento de águas cinzentas na Escola E.B. 2, 3 Padre João Coelho Cabanita para rega ou o PERLA – Programa Estratégico de Recuperação de Linhas de Água.
A nível do saneamento básico, a autarquia regista o trabalho "importante" que tem realizado em diversas zonas do concelho, estando em curso várias obras para abastecer as populações do interior do município com água de qualidade, nomeadamente na Charneca de Querença e Porto Nobre, assim como em Monte Ruivo e Azinhal (freguesia de Alte). Ao longo dos últimos anos foram realizadas diversas obras para aumentar a rede de esgotos e de fornecimento de água nas zonas que ainda não dispunham dessas infraestruturas, como, por exemplo, nalgumas povoações da freguesia de Salir e de São Clemente (Clareanes). Existem igualmente projetos que aguardam o visto do Tribunal de Contas para arrancar, como é o caso do abastecimento de água e rede de esgotos no Cerro do Galo, em Almancil.
