O Dia Nacional do Doente com AVC, assinalado anualmente a 31 de março, comemora-se um pouco por todo o país ao longo desta semana, com o objetivo principal de sensibilizar a população para o Acidente Vascular Cerebral (AVC), enquanto doença que se pode prevenir e tratar.
O alerta da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC) foca-se no combate aos fatores de risco, divulgação das medidas de prevenção, bem como dos sinais de alerta do AVC.
Em Faro, a data é assinalada com uma exposição fotográfica, uma caminhada, um rastreio aos fatores de risco vascular e sessões de esclarecimento abertas ao público.
Para além do peso do AVC como grande causador de incapacidade permanente e de mortalidade, a relevância da informação e sensibilização da população nesta data prende-se muito com o facto de ser uma doença que se pode prevenir e tratar de forma eficaz na maioria dos casos, se forem cumpridos determinados cuidados. Metade dos AVC poderiam ser prevenidos controlando a pressão arterial e deixando de fumar, por exemplo. No mesmo sentido, o tratamento adequado na fase aguda pode reduzir as taxas de morte e incapacidade em 50%.
O presidente da SPAVC considera, no entanto, que “ainda se pensa pouco na prevenção em Portugal”, assumindo como missão da SPAVC, desde a sua fundação, a aposta na divulgação das medidas preventivas desta patologia. “Vale a pena lutar e por isso é que estamos aqui e assinalamos esta data anualmente, entre outras ações que vamos desenvolvendo ao longo do ano”, afirma o Prof. Castro Lopes.
Nesta data, voltam a ser reforçadas as principais mensagens a reter sobre AVC. “É preciso conhecer os sinais de alerta – os chamados 3 F’s (falta de força num braço, desvio da face e dificuldade na fala) – e saber que, perante o aparecimento de um deles, a única atitude correta é a de acionar de imediato os serviços de emergência, através do 112”, destaca o médico neurologista. Os fatores de risco são bem conhecidos, desde a hipertensão arterial, a diabetes, o tabagismo, a fibrilhação auricular, até à obesidade e ao sedentarismo. Para além disso, de norte a sul do país são relembradas as medidas de prevenção do AVC, que passam pela adoção de estilos de vida saudáveis como uma alimentação equilibrada, a prática regular de atividade física, não fumar, controlar os valores da pressão arterial, da diabetes e do colesterol, controlando também o peso corporal e limitando o consumo de bebidas alcoólicas.
A Unidade de AVC do Centro Hospitalar Universitário Do Algarve, em Faro, vai assinalar o Dia Nacional do Doente com AVC com um programa de atividades diversificadas abertas ao público, que decorrerão entre os dias 31 de março e 5 de abril. “A iniciativa insere-se nas ações de sensibilização promovidas pela Sociedade Portuguesa do AVC e será dinamizada por um grupo de profissionais médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas, técnicos de cardiopneumologia e de neurofisiologia, dietistas e assistentes técnicos”, explica Ana Paula Fidalgo, coordenadora desta Unidade de AVC.
No dia 31 de março decorrerá uma exposição fotográfica no hall de entrada do edifício central do Hospital de Faro. No dia seguinte, a 1 de abril, será organizada uma sessão de esclarecimento sobre AVC no Auditório da Escola Secundária João de Deus, contando com a colaboração de vários elementos do CHUA.
No dia 3 de abril, está agendada uma caminhada pela cidade de Faro, com início no Fórum Algarve, que contará com diversas paragens estratégicas de sensibilização para a importância do exercício físico. Esta ação conta com o apoio do Grupo “Pegadas à 4ª Feira”. Por fim, a fechar a semana de atividades de sensibilização, haverá um rastreio dos fatores de risco vascular à população no dia 5 de abril, a partir das 8h00, no Mercado Municipal de Faro.
Segundo Ana Paula Fidalgo, o principal objetivo destas ações passa por “sensibilizar e motivar a população para a prevenção do AVC e para a identificação precoce de sinais de alerta”. Quanto aos objetivos específicos pensados para as atividades implementadas, a médica internista enumera os seguintes:“sensibilizar a população para a sua participação efetiva na prevenção do AVC; promover a cooperação entre os diferentes níveis de cuidados de saúde; promover parceria entre a SPAVC, as instituições de saúde, municípios e a comunidade; identificar pessoas com risco acrescido para eventos vasculares e diabetes; encaminhar os indivíduos com risco elevado para equipa de saúde; debater a prevenção e diagnóstico do AVC em Faro”.