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Dicas para quem anda sempre irritado

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As pessoas que apresentam uma irritabilidade constante e uma personalidade difícil podem padecer de um tipo de depressão, alertam os investigadores.

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De acordo com a ciência, existem vários tipos de depressão sendo que, a Distimia pode explicar a razão pela qual muitas pessoas andam sempre irritadas e possuem uma personalidade difícil. Trata-se de um transtorno psiquiátrico, popularmente conhecido como depressão de longa duração, apresentando também características distintas de uma depressão comum.

As causas da doença ainda não são concretas, mas os cientistas acreditam que sejam semelhantes às de uma depressão comum, que incluem:

• Fatores bioquímicos (mudanças do próprio organismo);

• Fatores Genéticos;

• Fatores ambientais (perda de entes queridos e rotina stressante, por exemplo).

De acordo com o Blog Mais Saúde, o diagnóstico tem de ser realizado por um psiquiatra a partir destes sintomas:

• Irritação constante;

• Pensamentos negativos sobre a vida;

• Desânimo e tristeza;

• Isolamento social;

• Falta de energia para tarefas diárias;

• Sentimento constante de culpa;

• Autocrítica;

• Dificuldades de concentração.

O tratamento geralmente é conduzido por uma equipa multidisciplinar composta por um psicólogo, um psiquiatra e outros profissionais. O uso de medicamentos pode ser indicado, dependendo do grau da doença e da vontade do paciente.

O tratamento ideal para Distimia deve ser feito em comum acordo com o médico e, quanto mais depressa começar a intervenção, mais visíveis serão os resultados, garantem os especialistas.

Sentir-se triste ou desanimado faz parte da vida, mas quando essa tristeza se torna constante e afeta significativamente o quotidiano, é importante procurar aconselhamento médico. Uma combinação de medicação e psicoterapia pode ser eficaz no tratamento.

A Distimia é uma forma de depressão crónica que, embora menos intensa do que a depressão major, tem uma duração significativamente mais longa, podendo persistir por anos.

A depressão major é caraterizada por sintomas intensos e persistentes que afetam gravemente a funcionalidade da pessoa, enquanto a depressão menor apresenta sintomas semelhantes, mas de menor quantidade e intensidade.

As pessoas que sofrem de transtorno depressivo persistente descrevem frequentemente um estado constante de tristeza, desânimo e baixa autoestima, que parecem fazer parte da sua personalidade, devido à natureza contínua dos sintomas.

Os sintomas são semelhantes aos da depressão major, mas a chave para o diagnóstico está na longa duração e não na intensidade dos mesmos, contudo estes sintomas podem evoluir para uma depressão mais grave.

Além disso, devido à sua natureza persistente, pode interferir, consideravelmente, na vida diária, afetando o desempenho escolar, o trabalho e as relações pessoais, alertam os entendidos numa publicação da Medicare.

A Distimia geralmente começa na infância, adolescência ou início da vida adulta e pode ser exacerbada pelo stress crónico.

Certos fatores adicionais podem aumentar o risco de desenvolver Distimia, nomeadamente:

• Condições de saúde crónicas, como doenças cardíacas ou diabetes, têm sido associadas a uma maior incidência de Distimia, provavelmente devido ao impacto contínuo dessas doenças no bem-estar geral.

• O abuso de substâncias, como drogas e álcool, está frequentemente relacionado com a depressão, incluindo o transtorno depressivo persistente, com uma alta prevalência de comorbidade entre esses transtornos.

• As mulheres têm maior probabilidade de desenvolver Distimia do que os homens. A condição pode ser subdiagnosticada em homens, os quais, muitas vezes, têm menor disposição para procurar ajuda médica para questões emocionais.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5), os critérios para diagnosticar distimia incluem um quadro de humor deprimido, na maior parte dos dias, e presença de pelo menos mais dois sintomas característicos da condição.

Esse quadro deve manifestar-se durante pelo menos dois anos, nos adultos, e um ano, nas crianças e adolescentes.

Como lidar com uma pessoa com transtorno depressivo persistente?

É importante reconhecer que a depressão pode alterar a vida pessoal e familiar e as pessoas que sofrem desta condição, muitas vezes, não recebem a compreensão necessária.

Lidar com uma pessoa com transtorno depressivo persistente pode ser desafiante, mas existem maneiras de oferecer apoio efetivo, tais como:

• Passar tempo com a pessoa, pois esta precisa de companhia e apoio emocional;

• Escutar a pessoa sem julgamentos;

• Realizar atividades em conjunto, como passeios ou exercícios físicos;

• Evitar discussões e abordar a pessoa com paciência.

É também importante que cuide de si. Estar física e psicologicamente equilibrado torna-o mais capaz de ajudar.

A pessoa com Distimia deve seguir o plano de tratamento de forma consistente, não faltar às sessões de psicoterapia ou às consultas e tomar os medicamentos.

A par disso, é importante ter outros cuidados, tais como:

• Informe-se sobre a distimia, pois entender a condição pode aumentar a sua motivação para seguir o tratamento. Incentive a sua família e amigos a aprender também, para que possam oferecer melhor apoio.

• Fique atento aos sinais de alerta. Trabalhe com o seu médico ou psicólogo para identificar o que pode desencadear os seus sintomas e desenvolva um plano de ação caso piorem ou retomem. Informe o seu médico ou psicólogo sobre qualquer mudança nos sintomas ou no seu estado emocional, e envolva os familiares ou amigos na monitorização desses sinais.

• Cuide de si, adotando uma alimentação saudável, praticando atividades físicas e garantindo um bom sono. Envolva-se em atividades de que goste, como caminhar, correr, nadar ou jardinagem, e priorize um bom descanso. Se tiver dificuldade em dormir, fale com o seu médico sobre o que pode ser feito.

• Evite o consumo de álcool e drogas recreativas, pois pioram a situação a longo prazo, dificultando o tratamento. Se precisar de ajuda para lidar com o uso de álcool ou drogas, converse com o seu médico.

• Mantenha o foco nos seus objetivos. Enfrentar o transtorno depressivo persistente é um processo contínuo. Estabeleça metas realistas e lembre-se delas para se manter motivado. Contudo, permita-se diminuir o ritmo quando se sentir mais deprimido.

• Simplifique a sua rotina. Tente reduzir as suas obrigações, sempre que possível, e organize o seu tempo de maneira estruturada. Planeie o seu dia e utilize listas de tarefas para se manter organizado.

• Escreva um diário. Registar os seus pensamentos pode ajudar a melhorar o seu humor, permitindo que expresse emoções como raiva ou medo.

• Procure leituras de autoajuda. Peça recomendações ao seu médico ou psicólogo, sobre livros ou sites que possam ser úteis.

• Mantenha-se ativo socialmente. Evite o isolamento e tente participar em atividades sociais, encontrando-se regularmente com familiares ou amigos. Participar em grupos de apoio pode ser uma boa maneira de partilhar experiências com pessoas que enfrentam desafios semelhantes.

• Aprenda técnicas de relaxamento e controlo de stress, como meditação, yoga, relaxamento muscular ou tai chi.

• Evite tomar decisões importantes quando se sentir deprimido, pois a sua capacidade de julgamento pode estar comprometida, regista o Blog Mais Saúde.