A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja em Portugal entregou ao Bispo do Algarve, uma lista com dois nomes de sacerdotes, alegados abusadores.
"Um dos nomes refere-se a um caso que a Diocese do Algarve teve conhecimento em outubro de 2021 e que desencadeou uma investigação prévia, com informação ao Ministério Público, cujo resultado foi enviado para a Santa Sé, a qual, após a análise do processo, indicou que o mesmo devia ser arquivado", esclarece a diocese em comunicado.
Quanto ao segundo nome indicado, "não corresponde a nenhum sacerdote na Diocese do Algarve, nem se encontra nos arquivos diocesanos alguma referência a seu respeito", tendo o Bispo do Algarve informado a Comissão Independente (Grupo de Investigação Histórica) desta ocorrência, ficando a aguardar informação adicional sobre este assunto, lê-se no mesmo documento.
O Bispo do Algarve convocou, hoje, todo o clero da diocese para uma assembleia geral destinada a estudar medidas para prevenir a possibilidade de ocorrência de abusos no futuro, "quer envolvendo menores, quer adultos vulneráveis, a partir da legislação civil e canónica em vigor. Pretende-se alargar esta ação de formação a todos os agentes diocesanos de pastoral", informa a mesma fonte.
Recentemente, a propósito da sua mensagem Quaresmal, o Bispo do Algarve considerou a publicação do relatório para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa pela Comissão Independente como «um veemente apelo à conversão, que exige coragem e decisão em conhecer a verdade», salientando que «ninguém pode abafar ou ignorar este grito, que nos remete para uma realidade inqualificável». Sublinhou que a Igreja é chamada «a assumir a responsabilidade que essa verdade reclama», tendo referenciado que o objetivo passa por criar uma «cultura do cuidado e da transparência» em todas as instituições diocesanas, da mesma forma, que «todas as comunidades devem desenvolver uma nova sensibilidade de modo a prevenir e a denunciar situações que possam ocorrer na proteção e defesa das crianças, adolescentes e adultos vulneráveis», salientou.