Comportamentos

Discute muito com a sua cara-metade? Conheça as principais causas

 
Muitas pessoas precisam de apoio psicológico para entenderem que, não são felizes por problemas mal resolvidos que dizem respeito ao seu passado.

 
É sabido que os portugueses, de um modo geral, vivem relações amorosas um tanto conflituosas ou desinteressantes. Talvez não seja por acaso que se verifiquem tantos relatos de infidelidade conjugal e índices tão baixos de felicidade no nosso país. Isto já para não falar nas estatísticas que dão conta de números assustadores de violência doméstica e mortes daí resultantes.
 
Para a autora do livro “Para que o amor aconteça”, existem cinco causas para que os casais discutam.
 
Em primeiro lugar é a falta de autoestima de um ou de ambos os parceiros.
 
Este sentimento negativo faz desencadear a desconfiança, a ansiedade, o ciúme, a instabilidade e a constante necessidade de “explodir” com o outro.
 
Só tratando os problemas de autoestima é que o sujeito fica livre para amar e ser amado, desperta para um novo mundo emocional e dá um passo em frente na construção da vida a dois.
 
Muitas pessoas precisam de apoio psicológico para entenderem que, não são felizes por problemas mal resolvidos que dizem respeito ao seu passado.
 
Num segundo plano está a incapacidade de compreender que, a vida conjugal exige cedências e acordos de parte a parte. Uma coisa é entrar numa relação para “ter companhia” ou para tentar colmatar os problemas de solidão ou falta de dinheiro, outra é definir um plano de vida com objetivos e disponibilidade para viver o amor.
 
Em terceiro lugar e, não menos importante, está a dificuldade em dialogar com a pessoa amada. Este problema é, muitas vezes cultural e resulta de muitos mitos em torno dos relacionamentos. Uma relação consegue-se através do encontro dos pontos em comum e do respeito e aceitação das diferenças. Amamos quem nos corresponde e não quem queremos mudar infinitamente.
 
O dinheiro é também um problema central nos relacionamentos e que se torna muito difícil de contornar sem que os pontos anteriores estejam consolidados. Uma situação de desemprego, aceitar ou não um novo desafio profissional, encarar uma vida com mais restrições, são aspetos que têm de ser conversados, acordados e compreendidos com apoio de parte a parte.
 
Também a saúde e a falta dela são problemas que aproximam ou afastam os casais mediante o grau de entendimento conquistado. Não há amor sem compreensão, solidariedade, compaixão e tentativas de ajudar o outro. Este ponto tem de ser vivido com verdade, honestidade e capacidade de entreajuda, sob pena de ser um pretexto para discussões, para abandono e para sentimentos negativos.
 
Segundo os especialistas, os aspetos culturais destroem as relações pela falta de entendimento, bem como as diferentes fases de maturidade de cada um. Um casal não pode ser feliz quando um dos parceiros não está preparado para assumir uma nova vida, o corte com hábitos do passado, iniciar uma vida na mesma casa e ter de dividir aquilo que, muitas vezes não se construiu sozinho. Um segredo que serve para este e demais pontos, é somente o tempo. Dar espaço e tempo para que cada um dos intervenientes manifeste esse interesse e disponibilidade, já que, como se percebeu, a ansiedade é inimiga do amor.
 
Se os relacionamentos são uma aprendizagem e construção permanentes, há pontos que têm de ser definidos no início, nomeadamente se aquela é a pessoa com quem queremos viver esse desafio. Depois, passo a passo, com entrega, compreensão, consciência de si mesmo e do ouro, naturalmente, “as peças se vão encaixando”.
 
As discussões são saudáveis quando dão o mote para o entendimento, não para arrastar problemas, muito menos para deixar “ficar tudo na mesma”. Esta é a razão pela qual, ao invés da discussão, se deve optar pela conversa, pela tentativa de explicar o que se pensa e o que se deseja.
 
Também na sexualidade deve existir esta abertura e liberdade para fazer novas descobertas e viver novas emoções.
 
Discutir ideias é somente trocar impressões, não pressupõe ofensas de qualquer espécie. Quando um casal perde essa capacidade, certamente que não deve prolongar o relacionamento.
 
Já agora, “não se ama alguém que não houve a mesma canção ou que não fala a mesma linguagem”, por isso, não vale a pena investir quando não consegue conversar e construir a vida a dois.
 
Fátima Fernandes