Elidérico Viegas, Presidente da AHETA - Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, diz-se preocupado com a situação que se tem vivido em Albufeira, com desacatos de grupos estrangeiros.
Os comerciantes relatam cenas de turistas nus e bêbados, que não sabem como regressar ao hotel e temem pela segurança, acabando por fechar lojas em plena luz do dia por não conseguirem suportar assaltos e ofensas por parte destes turistas.
Com o avançar da situação, estalou a revolta entre comerciantes e residentes na zona dos bares de Albufeira, depois das últimas noites ficarem marcadas por desacatos entre turistas ingleses.
O responsável pela AHETA, avançou ao Algarve Primeiro, que este cenário só será ultrapassado "quando as entidades competentes que têm responsabilidade de regulamentar o período de funcionamento dos bares atuarem, com a redução substancial do seu horário de funcionamento".
Referindo-se à autarquia, Elidérico Viegas diz que "esta deverá fiscalizar e atuar, no que diz respeito à ocupação ilegítima de espaços públicos, onde funcionam esses bares, para além de fiscalizar o horário de funcionamento e a lei do ruído, dado que os bares funcionam como discotecas e não como bares".
O responsável da Associação dos Hoteleiros do Algarve, confirmou ao nosso jornal que este "modelo de animação, está esgotado noutros destinos turísticos, que optaram também por esta estratégia, percebendo que não podiam continuar sob pena de prejudicar a imagem e a segurança de pessoas e bens".
"Culpar os hoteleiros por trazerem para cá essas pessoas (grupos), são só bodes expiatórios, e uma tentativa de se transferir responsabilidades para terceiros, porque os clientes quando fazem a reserva, não mostram o seu cadastro, mas sabem que há destinos onde há essa falta de regulamentação e fiscalização que faz toda a diferença", realçou.
Elidérico Viegas, diz que há concelhos no Algarve, que já criaram mecanismos para que este tipo de situações não aconteçam, pelo que o cenário de Albufeira "não garante um desenvolvimento sustentável do turismo, não contribui para atrair mais visitantes à região, o que se exige é que as entidades competentes tenham atitudes responsáveis e esclarecidas, nomeadamente a aprovação dos horários de funcionamento e a gestão do espaço público sob a responsabilidade da autarquia, e depois com outras entidades quer ao nível das autoridades policiais e económicas, as condições de trabalho, a segurança social ou a autoridade tributária, por exemplo".
Elidérico Viegas defende uma mudança urgente, "para bem do destino Albufeira".