“O encerramento inesperado do único posto existente no porto de Tavira para as embarcações de pesca local e costeira, e sem alternativa, compromete gravemente o exercício da atividade para cerca de meia centena de embarcações”, disse à Lusa Mário Gonçalves da direção da Associação de Armadores e Pescadores de Tavira (APTAV).
Segundo o responsável, os pescadores foram “apanhados de surpresa com o encerramento para obras e por tempo indeterminado” do posto, situado no cais do porto de pesca de Tavira, em 26 de novembro, “sem que tivesse havido um aviso prévio e sem que fosse providenciada uma alternativa”.
“Contactámos a concessionária do posto que nos disse que não teve qualquer responsabilidade na decisão do fecho, alegando ter sido informada apenas no momento do encerramento, tendo procurado junto do seu superior hierárquico promover a criação de uma solução alternativa de abastecimento, mas até ao momento não temos qualquer resposta”, apontou.
A situação coloca em causa o sustento direto de dezenas de famílias que dependem exclusivamente da pesca e que “se veem impedidas de trabalhar por falta de [local para abastecer] combustível”, sublinhou.
Mário Gonçalves explicou que os profissionais da pesca de Tavira “apenas têm como alternativa” para abastecerem as embarcações postos de combustíveis localizados na Fuseta, no concelho de Olhão, em Vila Real de Santo António ou em Espanha.
“São distâncias consideráveis e incomportáveis para as embarcações de sete e oito metros”, realçou.
Segundo o responsável, também a empresa de transporte fluvial que opera nesta época entre a cidade de Tavira e as ilhas foi apanhada de surpresa, com o encerramento do posto.
A APTAV apela às entidades competentes e à Galp para que encontrem uma alternativa “com caráter de urgência, uma solução temporária de abastecimento, que garanta a continuidade da atividade piscatória e evite prejuízos económicos e sociais irreversíveis para as comunidades afetadas”.