Estudantes e professores de todo o Algarve participaram hoje no Encontro de Partilhas “Regresso às Origens: as Hortas”, que teve lugar no Museu de Portimão, organizado pela Direção de Serviços da Região Algarve da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares em parceria com os Agrupamentos de Escolas Júdice Fialho e Nuno Mergulhão e a Câmara Municipal de Portimão.
Perante um auditório repleto de alunos e docentes de toda a região, a presidente da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Gomes, deu o mote para o encontro, ao sublinhar que, “nos tempos difíceis que atravessamos, é cada vez mais importante e justificável o retorno à terra e às suas mais-valias, comendo aquilo que produzimos nas nossas próprias hortas”.
A autarca realçou o significado comunitário que poderão ter as hortas sociais, não deixando de enaltecer também o facto de a iniciativa representar que “agricultura e educação estão de mãos dadas, pois é nas escolas que devemos começar a trabalhar estas virtualidades.”
Para o diretor regional de Agricultura e Pescas do Algarve, Fernando Severino, este segmento ”tem um grande relevo para o setor económico nacional, nomeadamente devido às exportações, mas também em termos de uma agricultura de proximidade que contribua para a economia local, através daquilo a que se chama circuitos curtos.”
O responsável aproveitou a ocasião para divulgar alguns números regionais relativos aos últimos quatro anos, período durante o qual terão sido investidos 232 milhões de euros ao abrigo do PRODEP, os quais geraram dois mil novos postos de trabalho, registando-se o início de atividade de mais 430 jovens agricultores e cerca de 1500 projetos aprovados, em explorações direcionadas para a citricultura, os frutos vermelhos, a apicultura, a horticultura e a floricultura
Também destacou a relevância das hortas sociais e a importâncias das autarquias nesse processo, tendo lembrado a existência em Portimão do projeto situado no Cabeço do Mocho, em terrenos cedidos pela própria Direção Regional de Agricultura e Pescas.
Na sua intervenção, o delegado regional de Educação, Alberto Almeida, referiu o “papel da comunidade educativa para a salvaguarda da memória do nosso povo, uma vez que através de ações como esta, que visam um salutar regresso à terra, seremos capazes de ultrapassar diversos constrangimentos, tanto atuais como futuros.”
A iniciativa serviu ainda para a apresentação do projeto "Vamos Construir uma Horta Pré Histórica" no Centro de Interpretação de Alcalar, a cargo do Museu de Portimão, cujos trabalhos de preparação já se iniciaram, prevendo-se que em setembro começem os respetivos ateliês.
O Encontro de Partilhas “Regresso às Origens: as Hortas”, promovido no âmbito do ano internacional em que se comemora a importância da agricultura familiar, foi composta por várias comunicações temáticas, uma mostra e diversas outras atividades, constituindo-se como um subprojeto inserido no movimento “Viver a terra em afetos” do Programa Regional ENPAR (Encontro de Partilhas - Práticas Educativas de Cidadania), dirigido às escolas da região.