Saúde

Enfermeiros do serviço de urgência do Hospital de Faro alertam que "foi ultrapassada a linha de perigo"

 
A Direção Regional de Faro do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses - SEP, alerta que os enfermeiros consideram que foi ultrapassada "a linha de perigo" no serviço de urgência, quando o número de atendimentos é de cerca de trezentos por dia, e estão ao serviço setenta e cinco profissionais, quando seriam precisos cem.

O sindicato adianta em comunicado, que no balcão onde deveriam estar três enfermeiros, passará a estar um e nos cuidados a prestar a doentes dependentes em maca, que poderá chegar aos quarenta, e onde deveriam estar quatro enfermeiros, poderá vir a estar apenas um. Acresce que a área Covid implicou a necessidade de mais três postos de trabalho.
 
Os sindicalistas reforçam que, quando encerra a urgência de pediatria, os enfermeiros da urgência geral, dão também apoio aos colegas daquele serviço.
 
Perante este cenário, os enfermeiros informam que o grau de exaustão, motivado pelo elevado ritmo e volume de trabalho, associado a 7.600 horas realizadas desde o início do ano, terá como consequência elevados tempos de espera para atendimento de enfermagem e poderá haver situações em que poderão não acorrer em tempo útil, sublinham.
 
Além da falta de enfermeiros, queixam-se que em julho, sete profissionais pediram exoneração, "alguns literalmente de um dia para o outro, por falta de condições de trabalho e de reconhecimento pelo esforço e pelo profissionalismo que sempre demonstraram".  
 
O SEP diz tratar-se de uma situação "vergonhosa" culpabilizando a administração do CHUA, pela "inércia" e por "ao longo de meses" não ter discutido propostas de soluções com os parceiros. Lamenta que "não contrate em número suficiente, que não faça por reter os profissionais e, até parece ser normal e aceitável que dezenas de profissionais competentes decidam sair de um centro hospitalar que se diz universitário", conclui.