A sépsis é uma inflamação sistémica que surge como uma resposta aguda do sistema imunitário a uma infeção grave generalizada, isto é, ocorre quando o sistema imunitário responde de forma exagerada a uma infeção, levando à falência de órgãos e, em última instância, à morte.
No Dia Mundial da Sépsis, que se assinala a 13 de setembro, e em plena pandemia, os dados apontam para que 2 a 5% dos doentes com COVID-19, entre o 8.º e 10º dia1, apresentem sinais de lesão em diversos órgãos.
A sépsis pode desenvolver-se em qualquer indivíduo que contraia uma infeção, contudo, em indivíduos com o sistema imunitário mais debilitado o risco torna-se mais acrescido, como é o caso dos doentes com COVID-19 que, devido à fragilidade do seu sistema imunitário, apresentam maior probabilidade de desenvolver sépsis.
“É fundamental conhecer os primeiros sinais de sépsis para iniciar o tratamento o mais atempadamente possível e evitar um agravamento das lesões. A eficácia do tratamento depende muito da rapidez do diagnóstico”, lembra Eleonora Bunsow, especialista na área de Microbiologia Clínica e Doenças Infeciosas e Medical Advisor da bioMérieux Portugal e Espanha.
Grande parte dos indivíduos apresenta sintomas como febre, podendo ter calafrios e fraqueza. À medida que a infeção se agrava, podem verificar-se o aumento da frequência respiratória e/ou cardíaca, pele manchada ou sem cor devido ao fluxo sanguíneo reduzido, menor frequência nas idas à casa-de-banho e urina em quantidades menores, fala arrastada ou confusão e tremor extremo ou dor muscular. O fluxo sanguíneo reduzido pode levar à morte dos tecidos, incluindo órgãos vitais, como rins, pulmões, coração e cérebro.
A especialista acrescenta ainda que “A taxa de mortalidade aumenta nos casos em que o diagnóstico é mais demorado e, sobretudo, nos casos em que o doente tem o sistema imunitário debilitado ou uma doença crónica”.