Segundo dá a conhecer o Município de Loulé, o programa cultural de novembro do Cineteatro Louletano, arranca com um espetáculo integrado na 8a edição do Festival “encontros do DeVIR”. Chama-se “e(u)co(m)lógica”, dança contemporânea em várias sessões para escolas, pelo coreógrafo José Laginha com um toque de atualidade, falando de ecologia social, nos dias 3 e 4 de novembro.
No dia seguinte, 5 de novembro, arranca um outro festival, o CENÁRIOS, mostra de teatro por algumas associações locais, como a Associação Artística Satori, a Ao Luar Teatro e a Casa da Cultura de Loulé. Nesse dia, às 21h00, sobe ao palco do Cineteatro Louletano “A Menina de Cabelos de Ferro”, pela Associação Artística Satori, com encenação de Catarina Bernardino. A peça baseia-se numa lenda proveniente da Galiza e da cultura celta. Fantasia inspirada no mundo de Tim Burton, com personagens que sendo à superfície estranhas e diferentes, podem representar o bem.
No dia 8, às 21h00, mas no Auditório do Solar da Música Nova, um filme que fecha o ciclo do Filme Francês do Mês: “Trois jours et une vie”, de Nicolas Boukhrief (2019), um thriller que se passa nas Ardenas belgas, sobre uma criança desaparecida e as suspeitas que atingem vários residentes da aldeia.
A 11 de novembro, regressa o Festival “encontros do DeVIR”, desta vez com teatro, por Rita Delgado. Trata-se de “Miopia”, uma peça divertida que recria momentos de culinária com convidados improváveis, mas que aborda afinal importantes problemas mundiais, como a crise climática, as desigualdades, o racismo e a guerra.
No dia 13, está confirmado um concerto integrado no Misty Fest, que este ano encontrou em Loulé o parceiro ideal para uma “extensão” a sul: Joep Beving, vencedor de um prémio Edison, regressa ao seu registo original de piano solo com Hermetism, uma nova digressão que se baseia no quarto álbum do compositor e pianista holandês para a Deutsche Grammophon. O facto de ser um dos pianistas vivos mais escutados no mundo atualmente diz muito do alcance da particular visão deste instrumentista.
A 14, Hugo Cabral Mendes e Inês Gomes, autores da peça de dança “A Maior Flor do Mundo”, que chega a 16 em Loulé, promovem um laboratório com o mesmo nome, destinado à partilha e colaboração criativa. A ideia é ligar os jovens à natureza, sensibilizando o público para as questões ambientais da atualidade.
A 16, 17 e 18 a peça baseada no livro infantil de José Saramago é apresentada às escolas. A 18, “A Maior Flor do Mundo” é para o público em geral, às 21h00, no Cineteatro Louletano, para demonstrar que este espetáculo não é só para crianças. Esta sessão terá Audiodescrição, para pessoas cegas e/ou com baixa visão.
Dia 19 de novembro, às 17h00, o Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado promove o 6.º concerto “Crescendo”, evento que é protagonizado pelos jovens músicos do Conservatório e que decorre sempre nos terceiros sábados de cada mês. Os “Crescendo”, que decorrem no Auditório do Solar da Música Nova, são abertos ao público em geral.
Também a 19, mas no Cineteatro Louletano, o grupo Ao Luar Teatro, baseado em Alte, apresenta uma comédia siciliana, no âmbito do Festival CENÁRIOS. Trata-se de “Café”, uma peça genial de Spiro Scimone, em que dois homens se debatem de uma forma crua com o quotidiano, recebendo os inquietantes e perigosos ecos do exterior e construindo a sua própria realidade.
No dia seguinte, a 20, também integrado no Festival CENÁRIOS, é a vez da Casa da Cultura de Loulé apresentar “Reabriu a Pensão Luar do Cadoiço”, às 17h00. Desta vez, entre outros hóspedes, existe um arqueólogo que diz ter descoberto que a pensão assenta sobre uma antiga ruína de origem visigótica. Pelo meio deste enredo, surgirá em cena um casal mundialmente conhecido, que se hospedará na humilde pensão.
A 21 de novembro, o Cineteatro Louletano assinala o centenário do nascimento de José Saramago com um concerto de música clássica, através do Algarve Music Series. Monólogo para atriz e quinteto de cordas: homenagem a José Saramago é inspirado na obra “As Intermitências da Morte” e parte de uma premissa inquietante: e se, num país qualquer, as pessoas deixassem de morrer? Aquilo que poderia parecer bom, rapidamente se transforma em algo que não esperamos… com a atriz Catarina Wallenstein, textos e encenação de Pedro Braga Falcão e o violoncelo de Isabel Vaz, entre outros.
De 24 a 27, o Som Riscado é o festival esperado, com uma programação descentralizada no Cineteatro Louletano, no Palácio Gama Lobo, na Sede do Rancho Folclórico Infanto-Juvenil de Loulé (perto do Gama Lobo), na Casa da Cultura de Loulé, na Escola Secundária de Loulé e no Auditório do Solar da Música Nova. Destaque, entre outras propostas, para um concerto em que os Mão Morta farão a banda sonora de um filme mudo de 1928. “A Casa na Praça Trubnaia” é uma comédia do cineasta russo Boris Barnet. Os Mão Morta, na versão Redux – um retorno ao formato trio dos primórdios, agora com Adolfo Luxúria Canibal, Miguel Pedro e António Rafael –, compuseram uma banda-sonora original para esta obra-prima do cinema mudo soviético e tocam-na ao vivo, acompanhando a exibição. O programa completo do festival Som Riscado será apresentado em breve.
A 29, a oficina Territórios Poéticos – ou a possibilidade de construir uma nova geografia, por Marco Paiva, que propõe ferramentas de criação e composição teatral que partam da exploração das idiossincrasias de cada individuo. É no Palácio Gama Lobo, às 18h00.
E a 30, a fechar o mês, há outra proposta que estreou no Teatro Nacional D. Maria II, que vem ao Algarve. “Zoo Story”, da Companhia Terra Amarela, às 21h00, é uma peça que integra atores Surdos (com “S” maiúsculo falam Língua Gestual Portuguesa) e que inclui legendagem para o público em geral. Ou seja, a surdez é integrada no próprio guião, fazendo parte da peça, numa abordagem que pretende mostrar que ainda hoje há barreiras na Cultura que podem (e devem) ser ultrapassadas. A peça terá também Audiodescrição, para pessoas cegas e/ou com baixa visão.