O Imortal Desportivo Clube está este ano no Campeonato de Portugal, que passou a ser a 4ª divisão de futebol sénior masculino após a criação da Liga 3.
O Algarve Primeiro entrevistou Bruno Xavier, vice-presidente do clube de Albufeira, que contou ao nosso jornal tudo sobre o que se pode esperar na presente temporada.
Como foi a preparação da época?
Basicamente, foi manter a base que já tínhamos, somos a favor da estabilidade, acrescentámos quatro ou cinco valores que consideramos uma mais valia para o plantel, com mais experiência a nível de Campeonato de Portugal.
A equipa é composta por 24 jogadores, com média de idades de 27 anos. A nível de aposta na formação, qual a estratégia pensada?
Gostaríamos muito de ter no futuro uma equipa baseada na nossa formação. Torna-se complicado, acima de tudo porque os miúdos chegam dos juniores aos seniores com um andamento um pouco inferior ao que é necessário. Já era assim antigamente, e hoje ainda se nota uma discrepância ainda maior.
Estamos num local em Albufeira onde os jovens chegam à altura de subir a seniores, uns vão estudar e outros começam a trabalhar e a ganhar o seu dinheiro. Aquilo que o clube oferece em termos de subsídio, para esses jovens, é um valor irrisório… Muitos deles acabam por desistir do futebol por isso.
Essa ‘fossa’ do futebol de formação para o sénior deriva também da pandemia?
Nota-se ainda mais a discrepância por causa destes dois anos que a pandemia nos fez parar, não havendo competição. Cada vez mais, os jovens preferem jogos de computador e não saem como antigamente, e isso torna-os futebolisticamente menos maduros. São fatores que tornam a transição para o futebol sénior um pouco mais difícil.
Vai ser um Campeonato de Portugal intenso, com várias equipas a quererem chegar à Liga 3. Passa pelos planos do Imortal DC?
Não é o nosso primeiro objetivo. Primeiro, o foco está na estabilidade. Mantermo-nos no Campeonato de Portugal e conseguir estabilizar o clube. Queremos criar infraestruturas para que o Imortal DC, um dia mais tarde, consiga outros tipos de voos com os pés bem assentes na terra.
Taça de Portugal: Vitória na 1ª eliminatória. Até onde acreditam ser possível chegar e também sonhar?
Sonhar, é sonhar até à final (risos). Sendo mais objetivo, gostaríamos de passar esta próxima eliminatória e, como já entram nessa fase as equipas da primeira divisão, apanhar uma equipa grande, que é sempre bom para um clube e para a sua cidade. Seria um prémio justo para os jogadores que compõem o plantel.
Alguma mensagem para os adeptos e simpatizantes?
O que gostaríamos, já que Albufeira é uma cidade atípica, que vive essencialmente do turismo, onde há muita gente que “caiu” cá e que não tem raízes, é que se envolvessem com o clube, que apoiassem, e que nos ajudassem, todas as ajudas são necessárias. Quando falo em ajudas, refiro-me a mão de obra, pensamentos, de tudo o que envolve um clube pequeno que se move a maior parte das vezes por “carolice”. É basicamente nesse aspeto que gostaríamos que os albufeirenses se envolvessem como acontecia anteriormente, quando havia bairrismo pelo clube.
