A Ermida de Santo António do Alto reabriu ontem, dia do seu padroeiro, após obras de conservação e restauro que tiveram início em meados de janeiro deste ano.
Uma cerimónia assinalada com a bênção do espaço, pelos Padres Rui Guerreiro e Oleg Trushko, que contou ainda com uma breve "aula" histórica apresentada pelo professor, Francisco Lameira.
Assim um dos edifícios mais emblemáticos de Faro, reabre aos fiéis, mas também passa a estar disponível para integrar o roteiro turístico da cidade, no âmbito da oferta cultural.
A intervenção compreendeu numa primeira fase, a recuperação de fachadas, pátio interior e torre, em que as obras do interior da Ermida e do altar, foram levadas a cabo por uma equipa de restauro do Museu Municipal de Faro.
Refira-se que os trabalhos de conservação do edifício, surgiram na sequência de um projeto de duas munícipes (Ana Morgado e Samanta Duarte), ao Orçamento Participativo Nacional, com a colaboração da Direção Regional de Cultura, para a revitalização do Museu Antonino, junto à Ermida.
Nesta cerimónia foi igualmente assinado um protocolo de cooperação entre o Município de Faro, proprietário da edifício e a Direção Regional de Cultura do Algarve, de foram a dinamizar não só a nível cultural mas também turístico, todo o potencial da Ermida de Santo do Alto e do Museu.
O arquiteto António Palma, explicou que a nova fase do projeto, irá incidir sobre a requalificação do Museu Antonino, nomeadamente nas acessibilidades, instalações sanitárias, reparações interiores e acesso ao miradouro da torre em condições de segurança.
O arquiteto da autarquia referiu que neste momento o acesso ao miradouro é possível, «mas independentemente da destreza física é aconselhável que não nos aproximemos de alguns locais mais inseguros porque não há guarda-corpos que garantam essa segurança».
Deste modo, o objetivo da nova intervenção é garantir que o acesso dos visitantes ao miradouro, (ex-depósito de água do Município), seja feito de forma segura.
O autarca Rogério Bacalhau, referiu que esta fase da Ermida de Stº António do Alto representa a sua afirmação e importância para a cidade e até para o Algarve, «na medida em que com a instalação do Liceu João de Deus, a Ermida perdeu a sua força, ficando até de certa forma secundarizada».
O edil avançou que a preocupação foi recuperar o espaço interior, «porque cada dia que passava, estava pior, com destaque para o altar, pelo que agora estamos a dar nova vida ao edifício trazendo pessoas no sentido de ter uma integração social que já teve mas que queremos recuperar».
Adriana Freire Nogueira, Diretora Regional de Cultura do Algarve, não deu certezas quanto ao início das obras do Museu, porque «estas coisas levam sempre tempo e não me quero comprometer com uma data, o que posso dizer é que uma historiadora está já a preparar um estudo sobre Stº António, sendo uma personagem transversal, que percorre Portugal, Espanha, França, Itália ou Brasil e que servirá para enriquecer a oferta e informação do próprio Museu».
A responsável disse ainda aos jornalistas, que o projeto passa a ser mais um que a região pode contar, «para que as pessoas possam usufruir e fruir de todo o espaço».
Em declarações ao Algarve Primeiro, Paulo Santos, vice-presidente da Câmara Municipal de Faro, confirmou que está prevista a requalificação de toda a área envolvente ao edifício da Ermida, indo ao encontro da obra de requalificação prevista também para a Mata do Liceu, que deverá arrancar em 2020, com um custo global na ordem dos 850 mil euros e que irá acompanhar a requalificação da Alameda João de Deus, no valor de 650 mil euros.
O responsável realçou ainda o facto destes investimentos serem possíveis, graças ao empréstimo efetuado por parte da autarquia de 4,8 milhões, para poder concretizar as duas requalificações na cidade, mas também para a criação do Centro Cultural da Bordeira, (1 milhão e 200 mil euros), Centro de Recolha Animal, (1 milhão e 250 mil euros) e a primeira fase da 3ª Circular de Faro, que irá ligar a Penha à EN 2, (850 mil euros).
Torre da Ermida:
