Nomofobia é o medo de ficar sem o smartphone.
O termo tem origem na expressão inglesa "no mobile phone phobia" usado para descrever a dependência do uso desse equipamento tecnológico, não sendo reconhecido pela comunidade médica, no entanto, sabe-se que é mais comum em pré-adolescentes e adolescentes, por serem os maiores “consumidores” da Internet e das redes sociais, no entanto, também afeta muitos adultos.
Numa publicação da revista Tua Saúde, o psicólogo e clínico geral, Gonzalo Ramirez explica que, esta fobia ainda não tem todas as suas causas reunidas, mas sabe-se que, as pessoas que dela padecem sentem medo de poderem precisar do smartphone e de não o terem por perto ou com bateria, receiam precisar de ligar para a assistência médica e de estarem desconectadas, tal como sentem medo de que possa estar a acontecer algo nas redes sociais a que não tenham acesso.
Os principais sintomas de nomofobia são:
1.Ansiedade quando se fica muito tempo sem usar o smartphone;
2.Necessidade de fazer várias pausas no trabalho para utilizar o smartphone;
3.Nunca desligar o smartphone, nem à noite;
4.Acordar no meio da noite para verificar mensagens;
5.Carregar frequentemente o smartphone para garantir que se tem sempre bateria;
6.Ficar muito chateado quando se esquece do smartphone em casa;
7.Verificar o telefone frequentemente para ver se tem notificações;
8.Ansiedade quando está num ambiente sem internet;
9.Levar o carregador de telefone para todos os lugares por medo de ficar sem bateria;
10.Ser frequentemente chamado a atenção por não desviar os olhos do ecrã e por alhear-se de tudo à sua volta.
Estes sintomas também podem ser acompanhados por alterações físicas que parecem estar associadas aos sinais de nomofobia, tais como: dependência, aumento do batimento cardíaco, sensação de transpiração excessiva, agitação e respiração rápida. Gonzalo Ramirez alerta para o facto de, estes sintomas serem muito semelhantes aos do transtorno de ansiedade, por isso, é recomendado consultar um psicólogo ou psiquiatra para que seja feito um diagnóstico e ter orientação adequada.
Na mesma publicação da revista Tua Saúde lê-se que, existem alguns fatores associados ao desenvolvimento da nomofobia tais como:
•Baixa autoestima;
•Insegurança;
•Transtornos de ansiedade;
•Eventos traumáticos;
•Necessidade de aceitação por outras pessoas.
A nomofobia é considerada uma doença digital, sendo caracterizada pela dependência ou vício do uso do smartphone e sensação de alívio e/ou conforto ao usar o aparelho. Tal acontece porque o uso do smartphone está relacionado ao sistema de recompensa, em que ocorre libertação de dopamina pelo cérebro, provocando sensação de prazer e bem estar, o que aos poucos, acaba por provocar dependência, uma vez que, o utilizador fica cada vez mais ligado ao equipamento e não consegue estar sem ele.
Para tentar combater a nomofobia existem algumas orientações que podem ser seguidas todos os dias:
•Ter vários momentos durante o dia em que não se está com o smartphone;
•Privilegiar os contactos presenciais e sem smartphone no meio da conversa;
•Diminuir progressivamente o uso do smartphone;
•Não utilizar o smartphone nos primeiros 30 minutos após acordar e nos últimos 30 minutos antes de dormir;
•Não usar o smartphone durante as refeições ou quando estiver a conversar presencialmente com outras pessoas;
•Não carregar o telemóvel no quarto onde vai dormir;
•Desligar o smartphone durante a noite.
Além disso, é recomendado silenciar as notificações e definir horários e tempo de uso do smartphone, sugere o mesmo psicólogo.
Para terminar, o especialista alerta para que, quando já existe algum tipo de dependência e que não se consegue controlar com estas estratégias, o ideal é procurar apoio especializado de um psicólogo ou psiquiatra, consoante a gravidade.
Nunca é demais recordar que, os pais devem dar o exemplo no cumprimento destas regras e também proporcionar atividades ao ar livre ou longe dos equipamentos digitais com os filhos, pois sozinhos, torna-se muito mais difícil que as crianças ou jovens consigam abdicar daquilo que lhes está à mão ou no bolso e que é só utilizar.
Existem inúmeras atividades que se podem fazer em família e que são positivas para todos como: caminhar ao ar livre, andar de bicicleta, visitar espaços culturais, participar em iniciativas dos municípios, realizar jogos de tabuleiro, fazer exercício físico em casa ou num parque quando está bom tempo, caminhar à beira-mar, ler em voz alta um livro do agrado de todos, desenhar, pintar, fazer trabalhos manuais, cozinhar, entre muitas outras. Os mais novos podem e devem ajudar nas tarefas de casa, o que também lhes retira muito tempo dos ecrãs.