Economia

Estudo da Ualg confirma que Portugal é dos países do Mediterrâneo com mais práticas sustentáveis no turismo

 
Um estudo realizado pela Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve indica que 83% das empresas incorporam, pelo menos em certa medida, práticas de sustentabilidade.

 
Apenas 17% das empresas turísticas declararam que não implementam nenhuma prática sustentável nas suas operações empresariais.
 
De acordo com este estudo efetuado no âmbito do projeto ShapeTourism “New shape and drives for the tourism sector: supporting decision, integrating plans and ensuring sustainability”, cofinanciado pelo FEDER através do programa Interreg V-B MED, os países em que as empresas menos incorporam práticas de sustentabilidade são o Chipre, a Croácia, Itália e França. 
 
O estudo indicou que 45% das empresas no Chipre não implementam práticas de sustentabilidade nas operações turísticas, sendo essa percentagem de 32% na Croácia e de cerca de 27% em Itália e França. Por outro lado, o estudo indica que apenas 12% das empresas em Espanha não implementam nenhuma prática sustentável nas suas operações empresariais.
 
Este estudo, que envolveu um inquérito transnacional que observou quase 500 stakeholders públicos e privados relacionados com o turismo, numa população em estudo de mais de 9000 stakeholders de nove países da região do Mediterrâneo, e cujos resultados foram estimados segundo uma amostragem estratificada por país, mostrou ainda que as três práticas incorporadas em grande medida pelas empresas turísticas portuguesas são: recrutar e contratar pessoas locais (68%), preservar a identidade cultural e histórica (63%), e promover a eficiência energética (59%). 
 
Por outro lado, as três práticas que não são implementadas com maior frequência são: limitar o acesso de visitantes a recursos culturais e históricos de elevada sensibilidade (41%), doar fundos ou serviços/bens a iniciativas verdes (39%), e limitar o acesso de visitantes a recursos naturais de elevada sensibilidade (34%).
 
Este estudo também evidenciou que uma em cada quatro empresas das regiões Mediterrânicas de Portugal declarou não existirem barreiras à implementação de práticas de sustentabilidade nas suas operações. De facto, concluiu-se que Portugal é o país da região do Mediterrâneo em que as empresas sentem menos barreiras, seguido de Espanha e de França (uma em cada cinco empresas não sente barreiras nestes países). Por outro lado, as empresas turísticas de Malta, Croácia e Eslovénia foram as que indicaram com maior frequência sentir mais barreiras à implementação de práticas de sustentabilidade.
 
No que se refere às barreiras identificadas com maior frequência pelas empresas turísticas portuguesas como tendo um impacto na sua capacidade de adoção de práticas de turismo sustentável, sobressaem a falta de dinheiro disponível para investir e a falta de programas de incentivo à sustentabilidade (ambas indicadas por 90% das empresas). Por outro lado, quatro em cada dez empresas consideraram que a falta de informação sobre como ser mais sustentável, a falta de compromisso com a necessidade de práticas de turismo sustentável e a falta de legislação adequada não têm impacto na sua capacidade de adotar práticas de turismo sustentável.
 
Os resultados deste inquérito transnacional aplicado em oito idiomas diferentes em nove países da região do Mediterrâneo (Portugal, Espanha, França, Itália, Malta, Croácia, Eslovénia, Chipre e Grécia), podem ser consultados num módulo de um Sistema de Apoio à Decisão que foi desenvolvido no âmbito do projeto ShapeTourism. 
 
Este sistema inclui quatro módulos – um Observatório, um Inquérito, Mapas de Cenários e Clusters de Regiões – e está disponível para ser utilizado por qualquer utilizador, em www.shapetourism.eu.
 
No dia 20 de abril, às 9h30, vai realizar-se uma apresentação pública dos resultados do projeto, no Auditório da ESGHT, no Campus da Penha da UAlg, onde serão dadas a conhecer, de forma mais pormenorizada, todas as conclusões deste estudo.