Sociedade

Estudo revela que maiores índices de pobreza estão no Algarve e Trás-os-Montes

As regiões do Algarve e de Trás-os-Montes são as que têm maior proporção de população mais pobre, segundo dados do Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças que elaborou recentemente um relatório referente às desigualdades de rendimento e IRS, que o JN publicou esta semana.

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O mesmo relatório aponta que os 10% mais pobres de Portugal têm um rendimento anual inferior a 3370 euros. O concelho com maior proporção de cidadãos nesta lista é Albufeira, de acordo com a mesma fonte.
 
O documento acrescenta que 17% dos residentes neste concelho está no grupo dos 10% mais pobres do país, logo a seguir aparece Lagos e Tavira, ambos com 16% e Lagoa e Valpaços, ambos com 15%.
 
Na notícia, o JN faz referência a Frederico Cantante, professor do ISCTE e investigador do Observatório das Desigualdades, ao explicar que a sazonalidade dos rendimentos ligados ao turismo do Algarve, «podem contribuir para baixar a média» dos rendimentos.
 
Além disso, «há atividades económicas que orbitam em torno do Turismo que tendem a praticar salários mais baixos». Para o investigador, a razão é «a existência de algum trabalho informal que», no seu  entender, «também está associado ao setor do Turismo».
 
Em sentido inverso, a maior proporção de ricos verifica-se em concelhos do Litoral que não estão na região do Algarve, com destaque para as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.
 
Neste segmento, o mesmo documento aponta que, a lista dos 0,1% mais ricos de Portugal é composta por habitantes de 6 concelhos, nomeadamente, Lisboa, Cascais, Porto, Oeiras, Sintra e Vila Nova de Gaia. Já as regiões do Algarve e Trás-os –Montes, também são as que apresentam maiores disparidades de rendimentos, por exemplo, em Lagos, a diferença entre o grupo de 1% mais ricos e 10% mais pobres é de 11.646 euros, mais do dobro do que Tavira (5032 euros) que está em segundo lugar, e oito vezes mais do que Valpaços (1421 euros), terceiro.
 
Em conclusão, a mesma nota dá conta que, 265 mil euros por ano é quanto ganharam, em média, os 0,1% mais ricos em 2020, o que dividindo por 14 meses, dá o resultado de 18.928 euros por mês.