Curiosidades

Estudo revela “requisitos” para se apaixonar

 
Pode parecer banal ou infundado, mas na realidade quem se apaixona pela primeira vez não sabe o que o levou a tal estado de “graça”, só quando uma relação termina é que se exige saber mais acerca dos nossos sentimentos e daquilo que se procura noutra pessoa.

Foi nesse sentido que uma investigadora norte-americana se dedicou a perceber o que está por detrás da paixão, o que a limita e, o que pelo contrário, lhe dá espaço e possibilidade de acontecer.
 
A sensação de estar apaixonado é muito positiva, mas não acontece sem que estejam reunidos alguns aspetos essenciais, esta é a proposta de Elizabeth Philips que analisou os principais requisitos para que o amor aconteça entre duas pessoas.
 
Se no passado reinava a teoria de que “os opostos se atraem” e bastava que alguém “desafiasse” as diferenças para que se despertasse para o amor, na atualidade, os contornos do amor são muito mais exigentes.
 
Elizabeth Philips, da Universidade da Flórida Central (nos Estados Unidos), analisou vários estudos científicos até hoje feitos sobre o amor e reuniu os principais fatores que levam uma pessoa a apaixonar-se novamente.
 
Em primeiro lugar, é fundamental perceber até que ponto o amor é importante na sua vida, já que é no vazio que se encontra a necessidade de experimentar o preenchimento emocional. 
 
Neste sentido, uma pessoa só se apaixona quando se liberta emocionalmente e quando valoriza o amor e a importância de outra pessoa na sua vida.
 
Depois, para amar é preciso estar disponível, o que quer dizer que, uma pessoa preenchida com outros interesses, não está liberta para se entregar à experiência amorosa e à partilha do “seu eu” com alguém.
 
Segue-se um outro ponto não menos importante que é, sentir interesse por outra pessoa. Tal só acontece depois de esclarecidos os aspetos anteriores e acrescentado o facto de encontrar semelhanças com uma pessoa. 
 
É neste parâmetro que se afirma a necessidade de cortar com a teoria dos opostos e assumir que se ama alguém com caraterísticas comuns. 
 
De acordo com a mesma investigadora, é essencial “ver espelhado no outro” um conjunto de interesses comuns para que o plano emocional se liberte.
 
O amor acontece quando alguém corresponde naturalmente a um conjunto de expetativas.
 
Recorde-se a célebre frase “Não se ama alguém que não ouve a mesma canção”.
 
Nesta dimensão, são os pontos de encontro que vão, aos poucos, dominando o interesse emocional e acrescentando outros aspetos à relação.
 
Baseada no livro ‘Love+Sex with Robots’ de David Levy, a mesma investigadora acredita que, as pessoas que querem apaixonar-se devem ter semelhanças com a possível cara-metade e sentimentos recíprocos, pois um amor só o é quando há interesse de ambas as partes e quando as mesmas se “encaixam” em alguns aspetos.
 
Ao mesmo tempo, o que alimenta uma relação é “o que surge de diferente de cada lado, pelo que também cai a teoria de que o amor é o encaixe perfeito de duas metades que formam o todo.” Assim, encontradas as semelhanças, há que tirar partido das diferenças que alimentam o amor.
 
Depois, quer se dê maior ou menor importância ao assunto, é ponto assente que a aceitação social é um aspeto de peso numa relação. É preciso gostar de estar com o outro em momentos sociais e sentir a aceitação do grupo face ao relacionamento. 
 
Não se ama quem é rejeitado pelo grupo de referência, diz  Philips. Pode acontecer que se crie um novo grupo a partir da relação, mas a aceitação familiar e de pessoas que alicerçam as bases do sujeito é imperiosa para que o amor e a relação ganhem mais expressão.
 
Neste “capítulo”, a investigadora facilita a tarefa avançando que, naturalmente nos interessamos por alguém que se apresente com caraterísticas semelhantes a um familiar ou pessoa de referência, pelo que é difícil manter um amor com alguém cujo comportamento e personalidade se afaste muito desses moldes.
 
Claro que “há fases em que queremos acreditar que é possível inovar e sentir algo forte por alguém muito distinto de nós e daqueles de quem recebemos influência, mas em pouco tempo, percebemos que estamos no caminho errado e que o amor não está nesse encontro”, realça a mesma estudante lembrando que existe uma separação entre a paixão e o amor sentidos e aquilo que a nossa mente quer experimentar por algum motivo.
 
Segundo o Business Insider, satisfazer uma necessidade – seja física ou mental – é outro dos aspetos essenciais para quem se quer apaixonar. O amor pode ser estimulante e reconfortante e, para alguns dos casos, uma forma de encontrar um ‘melhor eu’.
 
A vontade de encontrar uma cara-metade tem também que ver com o sexo. A vontade de ter uma vida sexual ativa, segura e satisfatória está entre os principais requisitos de quem quer partilhar o que tem de melhor com alguém.
 
Ser capaz de surpreender é outro ponto forte do amor. Nunca ninguém disse que o amor era simples! Depois do encontro de semelhanças, é a capacidade de surpreender o outro e de nos deixar surpreender que alimenta essa chama! “Não sei o que ele/a tem que me faz sentir assim tão bem” tem de existir este tipo de envolvimento para que a relação perdure, afirma Philips.
 
Por fim, mas não menos importante, diz Elizabeth Philips, para alguém se apaixonar, é preciso que o futuro parceiro tenha algo escondido, algo que estimule o interesse e a vontade de descoberta, afinal é da novidade que a relação vai viver. Ao sentirmos que o outro e capaz de nos permitir “essa mudança de estado”, está dada mais uma garantia de que vale a pena investir em algo sério.
 
Apesar de se querer uma relação para a vida, o segredo é não a vislumbrar como tal, pois a ideia de que tudo está sabido e estabelecido, arruína uma relação em pouco tempo, daí esta necessidade de mistério que parte de uma garantia inconsciente de que a relação vai perdurar no tempo, mas que implica uma dedicação diária, realça a mesma investigadora que pretende compreender e dar a conhecer os melhores aspetos para se conquistar a felicidade no amor.
 
Fátima Fernandes