Sociedade

Executivo camarário louletano assinalou aniversário da cidade de Loulé com visita a obras de reabilitação do património histórico (com fotos)

O executivo municipal de Loulé assinalou esta na passada quarta-feira, 1 de fevereiro, o 29º aniversário de elevação de Loulé a Cidade, com um programa que teve o seu principal enfoque nas questões patrimoniais.

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Nesse sentido, os responsáveis da autarquia, acompanhados pelos técnicos municipais e pela população que se juntou à comitiva, visitaram algumas das obras mais emblemáticas de reabilitação do património histórico-cultural em curso, num valor total de cerca de 4 milhões de euros, confirma nota de imprensa da Câmara de Loulé. 
 
“Eram edifícios que estavam em avançado estado de degradação, sem qualquer utilidade pública. Não fazia sentido continuarmos com esta situação, até porque estes edifícios fazem falta à vida comunitária e, uma vez que neste momento a Câmara dispõe de recursos, mandámos fazer os projetos e lançámos as obras”, referiu o presidente da autarquia, Vítor Aleixo.
 
Assim, este périplo pelos principais investimentos na cidade arrancou no emblemático Café Calcinha, que neste momento está a ser alvo de obras de requalificação que visam não só recuperar este espaço mas também valorizar a componente cultural daquele que é um dos cafés que faz parte da “Rota dos Cafés com História de Portugal”. Em termos do conceito, a ideia é que continue a funcionar como um estabelecimento misto de restauração e bebidas, agora também com alguma programação de âmbito social e cultural.
 
Este “ente patrimonial e memorial da cidade, onde várias gerações de louletanos conviveram” será, de acordo com o autarca, “um polo de atração que irá juntar o seu aspeto convivial a alguma animação cultural, nomeadamente tertúlias e outras atividades”. “O grande trabalho aqui é tentar perceber o que é que o Café Calcinha foi para devolver o café à população”, referiu Jorge Guerreiro, arquitecto, autor do projecto de reabilitação.
 
Entretanto foi aberto um concurso público para concessionar a exploração do Café Calcinha. As propostas já foram abertas e estão a ser analisados por um júri e uma equipa exterior. “Queremos tornar este processo o mais transparente possível”, considerou o presidente Vítor Aleixo.
 
Seguiu-se uma passagem pelos Banhos Islâmicos, no coração da Zona Histórica da cidade, considerada a mais importante estrutura arqueológica do género em território português. 
 
Datados do século XIII, estes Banhos deram lugar já no século XV a uma habitação luxuosa. No entanto, é de registar o seu excelente estado de conservação, que nos dá a conhecer três espaços distintos: a sala quente, a sala tépida e a sala fria onde decorria todo o ritual de higiene durante o período de ocupação islâmica.
 
“A autarquia, em parceria com o Campo Arqueológico de Mértola, está a fazer aqui um grande investimento, quer a nível da escavação, quer no que respeita ao projeto de musealização pois o objetivo é que, futuramente, tanto os louletanos como quem visita a cidade possam usufruir deste espaço em segurança”, referiu Alexandra Pires, uma das arqueólogas envolvidas nas escavações. No entanto, sublinhou que, pelo carácter científico, trata-se de um projeto moroso.
 
Refira-se que o Campo Arqueológico de Mértola está neste momento a realizar um trabalho de visualização de um vídeo tridimensional que irá permitir reconstruir a utilização deste espaço no século XIII, o que será uma ajuda fundamental à compreensão das pessoas que visitem este espaço, nomeadamente os alunos das escolas.
 
Já no Solar da Música Nova, a comitiva pôde ver de perto a reabilitação que está em curso num edifício emblemático que será transformado num centro cultural dedicado ao ensino da música. Também aqui a preocupação com a manutenção da traça original, nomeadamente ao nível das abóbadas e das paredes, será uma prioridade, como referiu Pedro Guerreiro, engenheiro municipal e fiscal da obra. 
 
O Conservatório de Música de Loulé, a sede da Banda Filarmónica “Artistas de Minerva” e um Auditório Municipal para 120 lugares serão as componentes do edifício.
 
A obra estará concluída dentro de um ano e o seu valor ascende a 2,3 milhões de euros.
 
Perto deste Solar, estão também em curso trabalhos de reabilitação do Palácio Gama Lobos, “um edifício extremamente importante na malha urbana da cidade de Loulé pelo grande rigor ao nível construtivo, ao nível tectónico e valor patrimonial”, considerou Luís Guerreiro, arquiteto municipal e responsável pelo projeto.
 
A intervenção que se pretende fazer no local será “pouco intrusiva” já que pretende-se respeitar toda a lógica do espaço e dos materiais utilizados.
 
Dois anos é o tempo previsto para a execução da obra que significa um investimento de 1,5 milhões de euros.
 
Houve ainda tempo para uma passagem pelo Largo Tenente Cabeçadas, onde se encontra o Convento da Graça, classificado como Monumento Nacional. A intervenção neste espaço, que constitui um testemunho raro da arquitetura medieval medicante no Algarve, passou pela recuperação do Portal e requalificação do espaço interior da antiga igreja. Os trabalhos tiveram um custo de 70 mil euros.
 
Para além do património, a cidade de Loulé está também a ser alvo da reabilitação em algumas das suas artérias. Neste dia foram inauguradas as obras de requalificação da Rua Cabeço do Mestre e Rua Assis Esperança, que fazem a ligação entre o Estádio Municipal e a Urbanização Vale de Rãs, uma zona de expansão da cidade. O investimento realizado, no valor de 550 mil euros, teve em vista melhorar o acesso a esta zona da cidade em franca expansão onde residem já milhares de pessoas.
 
Passados 29 anos desde que Loulé passou a ter o estatuto de cidade, o presidente da Câmara Municipal de Loulé sublinhou o desenvolvimento deste que é um dos principais centros urbanos do Algarve. “A cidade de Loulé está de boa saúde, cada vez mais bonita, ordenada, segura e com um espaço urbano mais agradável e que começa a ser muito atrativo também para os cidadãos estrageiros”, considerou Vítor Aleixo.
 
Algarve Primeiro