Sociedade

Exposição sobre Geoparque Algarvensis foi inaugurada na Junta de Freguesia de Paderne

 
 
 
Foi hoje inaugurada a exposição itinerante «Vamos Ser Geoparque Algarvensis:o que é isso?" na Junta de Freguesia de Paderne, concelho de Albufeira.

 
Estiveram presentes os autarcas dos três municípios envolvidos no projeto, Albufeira, Loulé e Silves, com o objetivo de tornar o Algarvensis num Geoparque Mundial da UNESCO. 
 
No que diz respeito a Albufeira, o que está em foco são as áreas envolventes ao Castelo de Paderne e o Planalto do Escarpão, maioritariamente em Paderne, constituindo o local do Algarve mais importante do Jurássico Superior, não só pela unidade geológica dos Calcários do Escarpão, mas por ser neste local onde se pode estudar cinco formações geológicas distintas: a mais antiga é a do Peral, seguindo-se a formação da Jordana, a formação do Cerro da Cabeça, a formação do Escarpão e, por último, a formação dos Calcários com Anchispirocyclina lusitânica. 
 
Refira-se que este local foi há milhões de anos um espaço de mar, tendo os seus sedimentos dado origem a estas formações geológicas, havendo assim no território excelentes vestígios desse mar do tempo dos dinossauros.
 
A mostra estará patente em Paderne até 14 de fevereiro, depois segue para a Junta de Freguesia de Ferreiras de 15 a 21 de fevereiro, passando pela Câmara Municipal de Albufeira de 22 de fevereiro e 3 de março.
 
José Carlos Rolo, Presidente da Câmara Municipal de Albufeira disse que a candidatura a Geoparque Mundial da UNESCO é um processo longo e complexo, «o calendário não é o nosso, a agenda é da UNESCO, sendo uma entidade altamente credível não pode de uma forma simples, reconhecer um Geoparque». O autarca reteve a mais-valia de um projeto desta natureza, na medida em que irá promover o barrocal e o interior do Algarve, dinamizando estas áreas em termos turísticos e económicos, «falo do artesanato, restauração, alojamento e até mesmo da agricultura, para que o Algarve não seja apenas sol e praia, mas também complementado pelo interior, sendo um motivo para contrariar a desertificação e ajudar a fixar mais pessoas nestas localidades».
 
 
Rosa Palma, fez questão de enfatizar que a ideia do Geoparque Algarvensis, partiu do Presidente da Câmara de Loulé - Vítor Aleixo, que depois contactou os outros dois Municípios. 
 
A Presidente da Câmara Municipal de Silves, vincou que o projeto não tem cor política, «somos três municípios unidos pelo mesmo objetivo, e uma parte desse objetivo passa por envolver as pessoas, queremos que o nosso património geológico e as nossas rochas comecem a 'falar' mas ainda antes de ouvirmos a rochas, vamos ouvir as gentes locais e é por isso que temos vindo a fazer esta exposição em várias localidades para informar as populações sobre o que é realmente um Geoparque».
 
A autarca lembrou que o facto do Geoparque Algarvesnsis ser aspirante da UNESCO, «já tem uma grande carga de responsabilidade e temos de compreender antes de transmitir aos outros o que temos aqui de mais-valia, desde tradições e vivências passando pelo conhecimento, sendo um processo evolutivo das pessoas para as pessoas».
 
Vítor Aleixo, focou o trabalho que está a ser desenvolvido pela coordenadora e investigadora da Ualg, Professora Cristina Veiga Pires, mas também do número considerável de técnicos envolvidos neste projeto, dos três municípios.
 
O edil afirmou que quando a candidatura se concretizar «tantas são as riquezas dos três territórios e tal é a união dos três autarcas e das equipas que com eles trabalham, que não tenho dúvidas que esta candidatura vai ser coroada de êxito».
 
O responsável acredita de dentro de 3 a 4 anos, o Algarve tenha um Geoparque Mundial com a chancela da UNESCO. Mas para que tal aconteça realçou que não há Geoparque sem o envolvimento das pessoas, das escolas, associações, agentes culturais, conhecedores do artesanato, da gastronomia típica, «toda esta matéria é reunida no projeto para mostrar-mos ao mundo uma identidade única deste território». Uma identidade que Vítor Aleixo acredita, não assenta só na geologia, «mas em tudo o que nos diferencia». Outra mais-valia tem a ver com a dinamização do interior algarvio, «trazendo mais juventude, emprego, economia, turismo e outras vantagens, sendo uma solução para os problemas que afetam o interior algarvio».
 
O Presidente da Junta de Freguesia de Paderne aproveitou para dizer que o território do interior de Paderne «está a necessitar de rejuvenescimento e com o Geoparque, haverá mais economia, melhorando as condições de vida das pessoas, pois temos um património geológico e histórico muito interessante, como o Castelo de Paderne».
 
Miguel Coelho falou de um projeto que a Junta de Freguesia apresentou à Universidade do Algarve, para o desenvolvimento de um jardim Mediterrânico na horta do Castelo «uma zona onde há uma flora autóctone ímpar a nível mundial e espero que com o apoio da Ualg e da Câmara Municipal, haja condições para que seja mais um pólo de atração desta freguesia».
 
Cristina Veiga Pires, investigadora da Ualg e coordenadora cientifica do projeto Geoparque Algarvensis, apontou que o território interior do Algarve é muito rico em termos de geologia «tem vários capítulos da história da geologia para contar, tem pontos internacionais que mais nenhum sítio do mundo tem, mas também tem pontos que só nós conhecemos e queremos pôr as pessoas a conhecerem e a partilhar».
 
A coordenadora pediu a ajuda de grupos que dêem apoio na descoberta de outros sítios de interesse, e na educação, para que não se poluam estes locais, nomeadamente com descargas de entulho. Cristina Veiga Pires lembrou que através do "site" do Geoparque Algarvensis, os interessados poderão partilhar informações ou denunciar situações para atuar na preservação do território, apelando à participação de todos.
 
Coordenadora cientifica do projeto: Professora Cristina Veiga Pires
 
Refira-se que na iniciativa esteve presente o Agrupamento 1009 de Paderne do Corpo Nacional de Escutas e a Banda Filarmónica da Sociedade Musical e Recreio Popular de Paderne.