Foi ontem inaugurada na Escola Secundária de Silves a exposição itinerante “Vamos ser Geoparque Algarvensis: o que é isso? Um território aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO”.
Conforme já aconteceu nos concelhos de Loulé e Albufeira, é agora a vez de dar a conhecer à população local o Aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira.
A exposição estará na Escola Secundária de Silves, até 12 de março; seguindo para a Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines: de 14 a 20 de março; Escola Básica 2,3 de Algoz: de 23 a 27 de março; Pólo de Educação ao Longo da Vida de São Marcos da Serra: de 10 a 12 de abril, durante a Feira do Folar e finalmente na Escola Básica 2, 3 Dr. António da Costa Contreiras em Armação de Pêra de 14 a 17 de abril.
O Geoparque Algarvensis é um projeto estratégico para o desenvolvimento sustentável do território interior e rural dos três concelhos, destacando o património geológico, natural e cultural de forma a que para além de ambicionar ter o selo da UNESCO, este se torne num destino onde se possa viver, visitar e investir de modo sustentado, indo ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas.
No concelho de Silves, na faixa São Bartolomeu de Messines - Amorosa – Vale Fuzeiros, encontra-se a maior expressão do conhecido “Grés de Silves” que regista o arrasamento de uma antiga cadeia montanhosa e o posterior nascimento do oceano Atlântico, com a deriva relativa da Europa, de África e da América.
Na inauguração da exposição, estiverem presentes representantes das autarquias de Silves, Loulé e Albufeira, que apesar de serem concelhos com executivos de cores políticas diferentes, estão unidos em torno deste projeto, coordenado cientificamente por Cristina Veiga Pires, professora da Ualg.
A Presidente da Câmara Municipal de Silves, lembrou que o Geoparque Algarvensis, aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO, partiu de uma ideia de Vítor Aleixo, autarca de Loulé, mas que rapidamente a contagiou assim como ao autarca de Albufeira.
Rosa Palma vincou o facto do projeto ultrapassar as fronteiras administrativas dos concelhos, «e nós em prol desta causa e deste território e da sua geologia, temos também de envolver as pessoas que vivem nesse território, porque não nos interessa ter rocha, se não tiver gente, temos de fazer com que as pessoas percebam e saibam ler o que a rocha "diz", no fundo vamos pôr as rochas a "falar", é esta a base do projeto» realçou.
A autarca referenciou que o Geoparque Algarvensis, «é para as pessoas e com as pessoas», parafraseando a coordenadora científica, Cristina Veiga Pires, reforçando que o projeto deverá incluir desde o mais tradicional que existe, a forma de trabalhar ou os costumes, «é necessário que as pessoas tenham este sentimento de pertença».
A edil explicou que o Algarve é mais do que praia, pois o seu interior tem também grande potencial que deve ser promovido, «é isso que estamos a fazer, estamos a criar um Geoparque, e porque somos ambiciosos estamos a trabalhar em conjunto para que o Algarvensis tenha o selo da UNESCO, para valorizar ainda mais o nosso território».
Ao Algarve Primeiro Francisco Lopes, Coordenador Municipal do Geoparque Algarvensis, destacou que em termos de geologia, o concelho tem no “Grés de Silves” um dos pontos mais relevantes, «depois temos outro tipo de património como o Centro de Reprodução do Línce Ibérico, que é algo diferente e que pode ser potenciado ou o exemplo de Vale Fuzeiros, onde temos menires que contam a história da ocupação daquele território desde há 6 mil anos atrás»
O Coordenador Municipal realçou que na maioria das vezes fala-se na conservação do território, «mas neste caso estamos a falar de conservação e no seu uso sustentável, nomeadamente no uso educativo ou no uso turístico, e isso é um dos pilares deste projeto, que não permite a destruição, mas pelo contrário a sua conservação, não com vedações, mas com a consciência a educação e a sensibilização».
Francisco Lopes avançou que estão contemplados investimentos que serão suportados pelos três municípios, mas também por fundos comunitários, agregando o investimento do conhecimento, investigação, comunicação e marketing de forma a que seja efetivada a qualidade e segurança para quem visita o Geoparque e a sua interpretação.