O mosaico do deus romano Oceano, pertencente ao acervo do Museu Municipal de Faro, foi esta quinta-feira classificado como um Tesouro Nacional, o grau de classificação mais elevado que uma peça museológica pode ter.
Em comunicado a Câmara Municipal de Faro e o Museu Municipal de Faro fazem saber que acolheram esta notícia com "enorme entusiasmo, pois trata-se de um feliz corolário de um processo de reabilitação e de contextualização da peça e do espaço que a alberga, que se iniciou em 2012".
Segundo a autarquia essa requalificação permitiu que, em Abril de 2014, se pudesse inaugurar a exposição permanente “Os Rostos de Oceanus”, facto que "tem contribuido para o contínuo crescimento do número de visitantes do Museu – em cinco anos, o número de visitas anuais mais do que duplicou".
O mesmo comunicado recorda que foi a 11 de maio de 2015 que a Câmara Municipal apresentou a candidatura à Direção-Geral do Património Cultural, "sustentando a sua pretensão no facto de esta ser uma peça singular no panorama nacional, graças não só à sua antiguidade (Séc. II/III d. C), como também ao seu bom estado de conservação, à sua beleza artística e decorativa e, ainda, às suas dimensões (9,40 m x 3,40m).
Desde a candidatura até hoje, o Município diz que foram realizadas muitas diligências, junto não só da Direção-Geral do Património Cultural, como também da Secção de Museus, da Conservação e Restauro e do Património Imaterial do Conselho Nacional de Cultura e do próprio Ministério da Cultura "para que o processo conhecesse o desenvolvimento que todo o concelho esperava".
Uma demora que segundo explica a autarquia, "chegou a ser um assunto de debate público na cidade, levando mesmo a uma interpelação ao Governo na Assembleia da República, por parte do Deputado farense Cristóvão Norte, e já em janeiro de 2018, o Presidente da Câmara enviou mais uma nota ao Ministro da Cultura, solicitando que o recebesse "com a maior urgência o que não chegou a acontecer".
A autarquia endereça felicitações a todos os elementos da equipa do Museu Municipal, e ao seu Diretor Marco Lopes em particular, bem como aos investigadores que se dedicaram a esta causa e dá os parabéns a todos os mecenas que, "num tempo em que a Câmara atravessava severas restrições financeiras, colaboraram dando à sala e ao mosaico a dignidade e o valor expositivo que ela hoje tem", lembrando que as obras de requalificação foram financiadas em 2014 com o apoio mecenático de entidades como a Fundação Millennium BCP, a Delta Cafés, as Tintas Arga, o Consulado de Angola em Faro e a Metalofarense.
A autarquia aguarda agora a notificação oficial por parte do Governo, para começar a preparar a cerimónia de descerramento da placa deste novo tesouro nacional.