A Agência para o Desenvolvimento Económico de Faro, Ambifaro, arrancou esta semana com o "Projeto Cal", para melhorar a imagem das zonas antigas da cidade e promover o uso da cal como material típico da região, atualmente em desuso.
"Decidimos fazer esta iniciativa com a cal, que é um produto que se pode dizer quase autóctone da nossa região e que está muito relacionado com a identidade algarvia e até mediterrânica, só que está, curiosamente, quase extinto na nossa cidade", explicou à Lusa o presidente da Ambifaro, Bruno Lage.
Aquele responsável explicou que nesta sessão experimental foram caiados cerca de 200 metros quadrados de fachadas de casas no Bairro Ribeirinho, em degradação acentuada, com a ajuda de alunos do Centro de Emprego e Formação Profissional (CEFP) de Faro.
"Correu bem e, no futuro, queremos fazer mais parcerias destas, por mais dias e numa área mais abrangente, e, se calhar, até fazendo alguns rebocos em paredes", comentou Bruno Lage que prevê novas sessões para setembro e abril, quando abrem novas turmas do curso de "ação de vida ativa de reabilitação urbana" do CEFP.
Aquele responsável sublinhou que a iniciativa teve um custo total de 16 euros, utilizados para comprar a cal, enquanto a utilização de tintas seria mais cara e não protegeria as paredes antigas como a cal consegue fazer.
A iniciativa tem vindo a receber comentários até nas redes sociais e o presidente da Ambifaro disse ter percebido que existem várias pessoas da cidade disponíveis para ajudar voluntariamente em novas sessões.
O "Projeto Cal" está enquadrado dentro de uma estratégia de revitalização urbana e de marketing territorial que está a ser implementado no concelho de Faro.
Os "resultados, apesar de demorarem algum tempo a tornarem-se mais visíveis junto da população, estão aos poucos a tornar a cidade mais atrativa e acolhedora, promovendo as suas maiores potencialidades e a proporcionar um efeito multiplicador", lê-se num comunicado divulgado pela Ambifaro.