Sociedade

Faro:António Vitorino foi o primeiro convidado do Ciclo de Conferências “Ideias em Palco”

Decorreu no passado dia 12 de novembro, a primeira conferência do ciclo “Ideias em Palco”, no Teatro das Figuras, sob o mote “A Ausência de Concertação Política é uma Fragilidade Nacional?” que contou com a presença de António Vitorino, advogado, político e professor universitário.

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Tendo aceitado o desafio de iniciar este ciclo de debates, António Vitorino começou por analisar a génese do atual contrato político, “uma democracia pluralista, com um princípio de concertação inclusivo”. 
 
De seguida, reconheceu a magnitude das dificuldades que o país atravessa, alertando que a sua solução deverá sair de uma convergência política alargada. 
 
No entanto, preveniu, "há que ter em conta as dificuldades de entendimento no atual espetro partidário, que encontram raiz numa menor propensão dos atuais dirigentes para a procura de consensos, talvez porque não tiveram que atravessar as grandes atribulações com que a minha geração se deparou”. 
 
Perante este estado de coisas, Vitorino, que é também conhecido pela sua faceta de analista político, disse não ter a certeza de que as próximas eleições venham a gerar uma maioria estável. 
 
Alertou para os riscos que uma situação persistente de falta de entendimento pode acarretar. Designadamente a eclosão de fenómenos de "populismo e demagogia, radicados no descontentamento das populações, como tem já acontecido em diversos países mediterrânicos (França, Espanha e Itália)".
 
Refira-se que este ciclo, composto por doze conferências, pretende abrir o palco do Teatro das Figuras às ideias, que não as somente artísticas, e promover a reflexão sobre diversos temas da atualidade. 
 
Tem como comissário João Guerreiro, ex-reitor da Universidade do Algarve, que desempenha ainda as funções de moderador. 
 
A segunda sessão de “Ideias em Palco” tem lugar no próximo dia 3 de Dezembro e junta no palco o conhecido jornalista e crítico literário Pedro Mexia (um dos membros do painel de Governo Sombra) e António Pinto Ribeiro, reputado investigador, professor e programador cultural.