Os trabalhadores que foram despedidos do Aeroporto de Faro ameaçam processar a Portway.
Na base da reivindicação está a forma como foi dado a conhecer o despedimento.
Os 12 trabalhadores, que tinham como função operar as pontes telescópicas (as ‘mangas’ de saída dos aviões), anunciaram esta quarta-feira que vão avançar com um processo judicial contra a Portway. Em causa está o facto de terem conhecido a informação relativa à dispensa de funções no próprio dia.
Os trabalhadores foram dispensados no dia 20 de abril e, na sua maioria, estavam efetivos desde 2002.
Por terem sido informados do despedimento no próprio dia, numa atitude que classificam de “atroz”, os funcionários consideram-se vítimas de uma injustiça e ilegalidade.
Como forma de protesto, os trabalhadores realizaram hoje uma vigília à entrada do Aeroporto Internacional de Faro.
Considerando o despedimento como uma "manobra" idealizada para travar futuras greves, que aconteciam sobretudo no período de verão e que registavam uma elevada adesão, os trabalhadores avançam com queixa judicial.
Na posição dos 12 trabalhadores despedidos, “os sete novos funcionários que nos substituíram em abril pertencem à Sotecnica, empresa para a qual começamos a trabalhar, em 2002, altura da implementação das pontes telescópicas.”
A TVI avança que, durante a vigília, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), os trabalhadores concentraram-se junto à zona de partidas do Aeroporto de Faro erguendo um cartaz onde se podia ler "Trabalhadores da Portway/Vinci em luta contra despedimentos selvagens".
Na semana passada, o presidente da ANA afirmou que a decisão de rescindir com a Portway no aeroporto de Faro, que levou à dispensa de 12 trabalhadores, foi tomada pelo diretor daquela infraestrutura, em busca de um serviço de "maior fiabilidade"- avança o mesmo canal televisivo.
A Portway, empresa de assistência em terra da ANA – Aeroportos de Portugal, tinha justificado a dispensa dos 12 operadores das pontes telescópicas dando como terminado o contrato de prestação de serviços com o aeroporto, a 20 de abril.
A empresa de ‘handling’ (assistência em terra) nos aeroportos de Portugal é detida pela ANA e, por isso, pelo grupo francês Vinci, que ganhou a concessão dos aeroportos portugueses.