Os roubos e furtos de alfarroba (nos pomares e nos armazéns) constituem uma das principais preocupações dos produtores.
Comunicado da Cooperativa - AGRUPAmento de Alfarroba e Amêndoa, CRL, explica que em causa está a elevada frequência do furtos e a "impunidade que prevalece".
Há mais de 20 anos que a cooperativa diz que tem reunido com os diretores regionais de Agricultura, com a Guarda Nacional Republicana (GNR) e com o então Governo Civil, "mas pouco foi conseguido, a não ser algum apoio das autoridades na medida dos meios limitados de que dispõem".
Nos últimos anos, o AGRUPA explica que integrou um grupo de trabalho no âmbito do plano de ação - Furtos de Citrinos, Abacates e Alfarroba no Algarve, no qual têm assento a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAP Algarve), a GNR, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, a Autoridade Tributária e Aduaneira e a Comunidade Intermunicipal do Algarve. Neste grupo de trabalho, foi decidida a preparação de uma proposta legislativa que permita uma maior proteção aos produtores de alfarroba, que foi trabalhada entre a DRAP Algarve e a cooperativa até maio de 2021. A expetativa é que a proposta entrasse em vigor antes da época da colheita de 2021, mas passado um ano, ainda não foi publicada.
Os produtores confirmam que, embora a alfarroba não se encontre completamente madura, os ladrões já estão no terreno em plena “campanha de furtos”, com registos por toda a região do Algarve, "amedrontando os agricultores, que temem os confrontos e a violência verbal e física", lê-se no documento.
Devido ao facto de o Governo ainda não ter publicado a legislação, e por se tratar de uma "situação insuportável", os agricultores irão promover uma manifestação no próximo dia 29 de julho (sexta-feira) em Loulé, às 18:00 horas em frente à Câmara Municipal de Loulé, exigindo ao governo a publicação da referida proposta e uma fiscalização "mais apertada e eficaz" que evite roubos e o tráfico da alfarroba roubada.