Cultura

Festival Contrapeso cumpre quinta edição com música, teatro e formação

Teatro Dom Roberto
Teatro Dom Roberto  
O Festival Contrapeso vai cumprir a quinta edição entre terça-feira e 01 de dezembro, em Loulé e em Faro, com um programa que inclui música, teatro e formação, disse à Lusa a codiretora artística Carolina Santos.

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Organizado pela Mákina de Cena, o festival foi criado em 2021 e, após quatro edições em Loulé, vai este ano ser alargado em número de dias e em área geográfica, incluindo Faro como palco de uma identidade própria, que permite “cruzamentos de jazz, teatro, performance e formação”, explicou Carolina Santos.

“As primeiras edições foram feitas em Loulé […], este ano estamos a chegar até Faro e fizemos uma parceria inédita com a Universidade do Algarve e com a Universidade de Campinas [São Paulo, Brasil] para poder chegar a este tema da Arte e Academia”, afirmou.

Carolina Santos realçou que Arte e Academia é o tema desta edição do Contrapeso, que conta com uma “maior dimensão” ao “nível de duração”, ao passar de quatro para sete dias (de 25 de novembro a 01 de dezembro).

Codiretora artística do festival, juntamente com Marco Martins, Carolina Santos salientou que há este ano uma “ligação muito forte à Academia”, com a presença de artistas que estão ligados ao ensino profissional ou ao superior, “enquanto docentes ou investigadores, mas que têm sempre uma vertente de prática artística” também.

“Queremos, de certa maneira, contrariar esta ideia que existe de que, às vezes, quanto mais estudamos, mais perdemos a nossa espontaneidade, a nossa criatividade”, justificou, considerando que “seguir um caminho de formação pode, muitas vezes, expandir os horizontes e torná-los muito melhores artistas e muito mais capazes de compreender o mundo”, argumentou.

Entre os destaques do programa do festival, Carolina Santos realçou a atuação, no Teatro Lethes, em Faro, de Luigi and Pascale Grasso Quartet, que classificou como uma “pérola” do jazz e inclui “dois músicos de renome internacional”, que são considerados “um dos melhores guitarristas de jazz da atualidade” e um “dos mais renomados saxofonistas” do género, respetivamente.

A diretora artística do Contrapeso destacou também a presença de LUME Teatro, do Brasil, que vai “apresentar duas criações” e “fazer uma formação de 12 horas para estudantes e profissionais do teatro, dentro da sua técnica de ‘treinamento do atuador’”.

Carolina Santos esclareceu que LUME Teatro “é um núcleo de investigação” que “está associado à Universidade de Campinas, do Estado de São Paulo”, e muitas das suas ações resultam em trabalhos académicos, mostrando que essa ligação entre Arte e Academia é possível e pode dar frutos.

“Também vem o Renato Ferracini, que foi um dos coordenadores científicos, juntamente com a doutora Ana Clara Santos, da Universidade do Algarve, do Mestrado em Processos de Criação, que organizaram, juntamente connosco, na Mákina de Cena, um colóquio que é também um dos outros grandes destaques desta edição”, destacou ainda a codiretora do festival.

Trata-se de um “colóquio internacional”, com apresentações de “projetos de investigação” de quatro países - Brasil, Portugal, Cabo Verde e Colômbia - e que se realiza duas 27 e 28, assinalou, frisando que o programa inclui também uma ‘masterclass’ da diretora da escola Jacques Lecoq, uma das escolas profissionais “mais conceituadas da Europa”, ou “conferências performativas”, ao longo dos sete dias do evento.