Em janeiro de 2000, realizou-se pela primeira vez o Festival de Música al-Mutamid, com o objetivo de divulgar a música que durante séculos inundou bazares, medinas e palácios do Gharb al-Andalus, respondendo à escassez cultural que existia na denominada época baixa de turismo do Algarve.
Em janeiro de 2017, embora com uma realidade cultural diferente, o Festival de Música al-Mutamid mantém os seus objetivos iniciais, dando a conhecer, todos os anos, a música árabe-andalusí e oriental e a dança do Médio Oriente.
Do programa deste ano, onde constam espetáculos a 28 de janeiro em Vila Real de Santo António, 3 de fevereiro em Silves, 4 de fevereiro em Albufeira, 10 de fevereiro em Loulé e 11 de fevereiro em Lagos, realiza-se em Lagoa a 27 de janeiro, às 21h30, no Convento de São José a prestação dos Muhsilwan (música afro-árabe – Sudão, Marrocos, Guiné Conacri).
Trata-se de um trio de músicos muçulmanos de raiz afro-árabe e com componentes naturais do continente africano, que apresenta um espetáculo assente em temas tradicionais dos países de origem.
A 18 de fevereiro, às 21:30 horas, o Auditório Municipal de Lagoa, recebe o espetáculo de Nyftys Ensemble (música e dança oriental), projeto que surgiu como tributo à deusa Néftis (divindade da mitologia egípcia). A música e dança oriental egípcia são a imagem de marca deste grupo, que foi concebido também para aproximar o público às composições clássicas de Marrocos, Turquia, Síria e Egito (Samai, Wasla, Moaxaja, Mawals, Taksims...).
Neste espetáculo, destaca-se a intervenção da bailarina de dança oriental Neftis Paloma (formada pela “Royal Academy of Dancing” de Londres e pelo “Conservatorio de Danza de Madrid”).
Este festival, itinerante e que conserva as suas caraterísticas únicas em Portugal, é uma homenagem ao rei poeta al-Mutamid, filho e sucessor do rei de Sevilha Al-Mutadid.
Muhammad Ibn Abbad (al-Mutamid) nasceu em Beja (1040) e foi nomeado governador de Silves com apenas 12 anos, tendo aí passado uma juventude refinada. Em 1069 acedeu ao trono de Sevilha, o reino mais forte entre os que surgiram em al-Andalus após a queda do Califato de Córdoba. Em 1088 foi destronado pelos almorávides e recluído em Agmat, a sul de Marrakech onde viria a falecer em 1095. O seu túmulo, conservado até hoje, tornou-se símbolo dos mais belos tempos de Al-Andalus.
Bilhetes para os espetáculos em Lagoa: Tel. 282 380 434 | 282 380 452
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