Depois do sucesso das duas edições do Festival Internacional de Cinema e Literatura de Olhão, o FICLO transforma-se em FICLA, reforçando a ligação a todo o Algarve e à literatura na sua 3ª edição.
O anúncio foi feito hoje em conferência de imprensa, que contou com a presença de Gil Silva a representar a Câmara Municipal de Faro, de Adriana Nogueira, Diretora Regional de Cultura do Algarve e das diretoras do festival, Débora Pinho Mateus e Candela Varas.
O (agora) FICLA - Festival Internacional de Cinema e Literatura do Algarve, tem edição marcada para a primavera de 2022, na cidade de Faro, e pretende reforçar ainda mais as relações entre cinema e literatura, que ultrapassam em muito as simples adaptações.
Nascido em 2019, o evento tem vindo a cimentar a sua visão e importância no tecido cultural algarvio e nacional com programações que apresentam desde documentários e ficções, passando pela animação. Em paralelo, muitas são as atividades promovidas desde performances, leituras encenadas, residências de escrita de guião, passando por seminários ou workshops com realizadores ou diretores de teatro.
A nova edição tem como missão abordar temas mais prementes de reflexão, seja em ciclos específicos ou no tema transversal ao festival, abordando o cinema e a literatura, lado a lado, a partir do que é inerente a cada prática artística.
Débora Pinho Mateus, referiu que o festival veio para Faro com algumas mudanças, mas mantém o impulso inicial, «queremos ser mais afirmativas na relação entre o cinema e a literatura onde não há protagonismo de uma arte sobre a outra, e aproveitar o que de único cada uma delas pode proporcionar». A ideia é que o festival possa também fazer-se sentir «noutras paradas» do Algarve, com algumas atividades. Outra meta a alcançar é ter cada vez mais projeção internacional, «a nível ibérico sinto que temos já uma grande projeção, não só nacional. Em Espanha já conseguimos ter alguma projeção em termos de meios de comunicação, e acho que o projeto vai crescendo para se começar a afirmar, claro que o facto de termos convidados que são de outros países, faz com que o festival seja também já conhecido, ainda a nível reduzido, mas por exemplo na República Checa, numa universidade já se falou deste festival e inclusive já fomos convidados para ir lá, portanto são pequenos passos, mas importantes para um festival que acabou de nascer, vai para a 3ª edição».
Candela Varas, também da organização, realçou que a próxima edição terá um júri internacional, leituras-performance, workshops, residências artísticas de escrita e parcerias com outros festivais, «queremos mais projecão internacional e mais envolvimento da comunidade». Depois do desaparecimento do programa 365 Algarve, o festival passou por momento difíceis, mas graças ao novo apoio da Direção Regional da Cultura do Algarve e da Câmara de Faro, o projeto segue agora para uma edição reforçada.
Gil Silva a representar a autarquia de Faro, realçou a importância de ter o FICLA na cidade, «este tipo de propostas fazem parte da nossa estratégia de apoiar novos conceitos e de potenciar todas estas novas linguagens artísticas e fazer com que o público, tenha acesso a novas ofertas culturais».
Por seu lado, a Diretora Regional de Cultura, lembrou que o projeto beneficiou do apoio do programa 365 Algarve, «e ainda está vivo como outros, e tendo o nome Algarve e internacional, para nós faz todo o sentido darmos o nosso apoio, até porque este festival, tem trazido ao Algarve e ao país, filmes que não passam no "mainstream", e portanto se querem ver têm que vir ao FICLA». Adriana Freire Nogueira deixou o desafiou para que o festival chegue a outras zonas da região, nomeadamente através de residências artísticas que poderão realizar-se noutros espaços que não só em Faro.
A antecipar a nova linha programática do festival, esta semana, nos dias 10 e 11 de dezembro, acontecem em Faro uma série de eventos que pretendem revelar e explorar a nova metodologia do certame.
A programação especial, cujas atividades são de entrada gratuita, arranca com a projeção do filme "Destello Bravío", da realizadora espanhola Ainhoa Rodríguez, incluindo uma conversa, já amanhã, dia 10, às 21h30, no IPDJ. No dia seguinte, às 11h00, na associação cultural ArQuente, a também produtora e guionista protagonizará uma masterclass onde vai explicar o processo de criação de "Destello Bravío". No mesmo dia e local, a coreógrafa, intérprete e dramaturga Sónia Baptista apresenta a conferência-performance "E Hoje, é um Esquilo?" (17h00), seguida de um colóquio sobre o desejo e o corpo da mulher no cinema e na literatura contemporânea, com Rodríguez, Baptista e a investigadora Ana Isabel Soares (18h00). A finalizar o programa, está prevista uma Jam de textos à desgarrada com acompanhamento do músico Tomás Tello, em que o público é convidado a participar (19h00). As honras de abertura desse momento serão dadas a Sónia Baptista.