O Algarve Primeiro tentou saber como está a decorrer o processo de demissão do executivo Municipal de Castro Marim, com Francisco Amaral, o autarca mais antigo do país.
«Como se sabe, Castro Marim está a ficar prejudicado e o seu bom nome está a ser manchado devido a esta degradação semanal a que muitos assistem no Youtube e que podem comprovar o que realmente se passa nestas reuniões de câmara».
Na posição de Francisco Amaral, «não existe outra solução que não devolver o voto ao povo, pelo que, no final deste mês ou em início de Fevereiro, está previsto o pedido de demissão do executivo».
O edil castromarinense disse ao nosso jornal que já falou com Rui Rio, que «naturalmente compreendeu a situação e apoiou a minha decisão. O presidente do partido (PSD), não concorda de forma nenhuma com este tipo de situação, razão pela qual não colocou qualquer objeção».
No entendimento de Francisco Amaral, «o problema vai muito para além dos partidos, já que se trata de ingovernabilidade. É uma constante procura de destruir o melhor que se poderia fazer por Castro Marim e, tanto eu como o presidente do meu partido, não podemos compactuar com esta constante degradação do nome de Castro Marim, muito menos com os prejuízos que esta situação, que não evolui, nem deixa fazer nada, está a provocar nos castromarinenses».
O médico e autarca recordou que, «já vivi cenários em que não tive maioria absoluta na Assembleia Municipal e sempre consegui estabelecer acordos com os diversos partidos de forma a podermos viabilizar obras, mas neste caso isso está impossível de acontecer. O tempo vai passando e não se consegue avançar nada. Existe uma falta de cooperação, de sentido de responsabilidade que nos deixa a todos indignados».
O edil adiantou com desagrado que, «nem a autarquia de Lisboa tem tantas visualizações (Youtube) das suas reuniões de câmara, o que mostra muito bem o quanto Castro Marim está a ser penalizado na praça pública e pelos piores motivos. São cerca de 1000 visualizações em cada reunião, é lamentável que as pessoas estejam a assistir a este espetáculo deplorável que em nada beneficia este concelho».
Nas mesmas declarações, o autarca diz-se convicto de que, «é preciso uma maioria absoluta nas próximas eleições que deverão ocorrer em Abril deste ano. Estou com força e vou recandidatar-me com esse objetivo».
Francisco Amaral confidenciou ainda que tem sido procurado por muitos populares preocupados, «no sentido de saberem se volto a candidatar-me. Muitas pessoas pensavam que eu poderia querer desistir por não suportar mais esta realidade, mas o que pretendo é ir novamente a votos e alcançar uma maioria que me permita governar e cumprir aquilo com que me comprometi com os munícipes».
O edil recorda que desde que tomou posse, tem sido confrontado «com uma coligação interna entre os partidos da oposição que não me deixa governar. São horas a fio em reuniões de câmara sem que se consiga chegar a acordo. Cheguei a este ponto de ter de convocar eleições intercalares porque se tornou insuportável para todos este ambiente que se vive na autarquia. Penso que muitas pessoas têm acompanhado o que aqui se passa, e todos estamos de acordo que assim não há condições para trabalhar nem para continuar».
