Foi anunciada esta semana a criação da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Ualg.
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, autorizou, no passado dia 20 de setembro, a criação desta Faculdade, cuja proposta de criação foi aprovada, por unanimidade, na reunião do Conselho Geral da Ualg no dia 11 de setembro.
Para o médico e autarca de Castro Marim, Francisco Amaral, trata-se de uma boa notícia, já que os alunos do secundário entram diretamente no curso de medicina, «sem ser necessário andar por outros cursos, para serem médicos». Esta medida passa a estar em linha com o que acontece nas Universidade de Lisboa, Porto e Coimbra, afirma.
Ao Algarve Primeiro, Francisco Amaral acrescentou que a medida deveria estar associada também à criação do Hospital Central, «faz todo o sentido que essa obra esteja igualmente na ordem do dia, quando o Algarve tem tantos problemas na captação de médicos e também nos cuidados aos doentes».
Para o autarca, era importante colocar também esta questão na agenda, «uma vez que, o atual hospital está a romper pelas costuras; já foram feitas as obras todas que podiam ser realizadas e agora precisamos é de voltar a apostar nessa direção, não só para ser mais aliciante para os novos médicos, mas também para dar uma melhor resposta aos doentes».
Ainda neste contexto, Amaral defende que os Hospitais de Portimão e Faro voltem a ser independentes na sua gestão, em seu entender, «a criação do CHUA foi uma moda que se tem vindo a revelar um falhanço total e absoluto, e todos tivemos que nos adaptar a essa moda que não resulta». O médico que presta serviço de voluntariado no Hospital de Faro e acumula funções de autarca, não tem dúvidas da importância da criação da Faculdade de Medicina no Algarve, mas anota que todo esse trabalho em torno do Hospital Central deveria estar a funcionar em paralelo, pois «os anos passam, arrastamos os problemas, mas os mesmos vão sempre ficando sem solução e a prejudicar cada vez mais a qualidade de vida dos doentes. Precisamos de ter médicos cá, mas precisamos também de lhes dar condições de trabalho e de tratar os nossos doentes com a dignidade que merecem».
Lamenta que se façam «muitas promessas em vão», acabando por agravar a saúde na região. «É uma vergonha o que se está a passar no Hospital de Faro onde não se sabe onde colocar os doentes que esperam tempo a mais pelo atendimento e palas intervenções e cuidados médicos necessários. Não basta só a Faculdade de Medicina, temos de atacar também este problema de uma vez», sustenta.