No dia em que se assinalou mais um aniversário do desaparecimento de António Aleixo (16 de novembro), a Fundação Manuel Viegas Guerreiro, presidida por Luís Guerreiro, e a Fundação António Aleixo, presidida por Murta Marcos, celebraram um protocolo de cooperação institucional que tem como principal objetivo inventariar, estudar e divulgar a obra do Poeta.
Esta parceria pretende aliar o papel da Fundação António Aleixo enquanto entidade promotora de projetos de investigação e estudos de carácter histórico sobre a figura do seu patrono, com os objetivos da Fundação Manuel Viegas Guerreiro de desenvolvimento cultural, social e económico do Algarve, particularmente através da realização de eventos culturais e artísticos e da dinamização e promoção da investigação.
Uma vez que a Fundação António Aleixo está neste momento mais vocacionada para as áreas social e educativa, irá fornecer à Fundação Manuel Viegas Guerreiro todo o espólio referente à obra poética, manuscritos e outra documentação referente ao Poeta já que esta dispõe dos meios técnicos necessários para levar a cabo os estudos.
No âmbito deste protocolo, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Loulé, uma das primeiras iniciativas que será realizada é a elaboração de um estudo crítico da poesia de Aleixo, levada a cabo por um investigador da Universidade do Algarve.
Pretende-se igualmente criar em Querença, na sede da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, um fundo documental de toda a obra de António Aleixo, para além da organização de eventos como tertúlias, conferências, encontros ou outros que divulguem o legado daquele que é considerado o maior poeta popular português.
Durante a cerimónia de celebração deste protocolo, em Querença, os presentes tiveram a oportunidade de visionar um documentário sobre o Poeta “O Cancioneiro: António Aleixo”, emitido pela RTP em 1974, realizado por Herlânder Peyroteo em terras algarvias e no qual participaram duas figuras importantes na obra de Aleixo: Prof. Joaquim Magalhães e o poeta Tóssan.
O poeta António Aleixo era conhecido pelas suas quadras repentinas, caracterizadas pela crítica social e pelo retrato de certas situações que observava no seu quotidiano. O Café Calcinha é indissociável da sua obra e hoje junto à esplanada ergue-se uma estátua de homenagem ao poeta, da autoria de mestre Lagoa Henriques, fazendo lembrar o “Pessoa de Loulé”.
Estão publicadas as seguintes obras da sua autoria: “Quando começo a cantar” (1943), “Intencionais” (1945), “Auto da vida e da morte” (1948), e publicadas postumamente, “Auto do curandeiro” (1950), “Auto do Ti Jaquim” (incompleto), “Este livro que vos deixo” (1969) - reunião de toda a obra do poeta e “Inéditos” (1979).
Algarve Primeiro