O Movimento de conservação do ambiente - Glocal Faro, faz saber em comunicado enviado às redações, que na semana passada «os habitantes da cidade de Faro foram surpreendidos com a poda radical e posterior desenraizamento de árvores junto à Praça Ferreira de Almeida, em Faro».
O Movimento diz tratar-se de árvores com várias décadas, «que sombreavam um dos principais largos da baixa da cidade», localizadas na "Zona Geral de Proteção do Palacete Doglioni", que está classificado como IIP - imóvel de interesse público - o que obriga a autorização prévia da Direção Regional da Cultura para qualquer intervenção no local.
O GlocalFaro adianta ter requerido à Câmara Municipal de Faro, o projeto de requalificação da referida Praça, por este não se encontrar disponível no site da autarquia, «cuja consulta presencial não está assegurada num curto espaço de tempo».
O Movimento não considera que uma retirada de árvores «saudáveis e adultas constitua uma requalificação urbana», sublinhando a «prática reiterada do executivo camarário farense de tratar as árvores como mobiliário urbano quando elas são património de todos nós, bem como garantia a vida na terra».
No mesmo comunicado, insta a autarquia a promover projetos que aumentem a área verde e preservem o arvoredo existente, «ao invés de o considerar um estorvo na cidade».
Seja qual for o projeto, «a retirada de árvores é inaceitável», defende o Movimento, referindo que a cidade «tem um dos mais baixos índices de espaço verde por habitante». Lembra ainda que Portugal acabou de aprovar uma lei de proteção do arvoredo (Lei 59/2021) que obriga as Câmaras a identificar e listar as espécies arbóreas e promover boas práticas quer nas podas, quer nos transplantes ou nos abates.