O deputado Cristóvão Norte (PSD), defendeu que “ não se pode empurrar a questão da poluição para debaixo do tapete na Ria Formosa.
Após ter requerido em Dezembro a audição urgente do Secretário de Estado do Mar e do Presidente do IPMA para conhecer as razões que determinaram a reclassificação das zonas de produção de bivalves, as quais têm particular impacto na Ria Formosa, o deputado Cristóvão Norte (PSD), na audição que ontem se realizou, defendeu que “ não se pode empurrar a questão da poluição para debaixo do tapete e qualquer solução meritória jamais poderá ignorar a perda de eficiência das ETARS e menos ainda as descargas ilegais a que muitos fazem vista grossa”, reconhecendo que “ a saúde pública é um valor essencial em que não se pode transigir e que o mesmo é vital para que a reputação de elevada qualidade dos produtos da Ria Formosa não seja ferida, mas que importa agir para minimizar os danos que resultam para comunidades que estão muito dependentes da Ria para a sua sobrevivência ”.
O parlamentar algarvio questionou o Presidente do IPMA sobre os estudos científicos que foram feitos e que sustentam que a qualidade da água é melhor, sobre o papel das descargas ilegais nesta reclassificação manifestando a sua perplexidade sobre o facto “ de se dizer que as águas melhoram e se proceder a uma revisão em baixa, o que parece querer dizer que no passado, afinal de contas, a qualidade da água seria pior do que era público”.
O Secretário de Estado do Mar tornou público que já foi publicado um reacerto do zonamento que vai aumentar substancialmente as zonas de produção de classificação B – as quais devem ser sujeitas a depuração - e que em Março irá redefinir as zonas de produção de modo a maximizar a produção, reservando, para o final do ano, após um levantamento sanitário, a zona final.
Para além disso, assumiu o compromisso de abrir o fundo de compensação salarial e avançar com as medidas previstas no Programa de Acção para a Melhoria da Qualidade da água na Ria Formosa.