O valor do património natural da cidade e do concelho de Lagos foi tema do Encontro de 5ª Feira promovido pelo Grupo dos Amigos de Lagos, que decorreu na Biblioteca Municipal Dr. Júlio Dantas e permitiu uma reflexão sobre "um bem que é de todos e cuja salvaguarda tem sido negligenciada".
Nesta sessão, o Grupo dos Amigos de Lagos concluiu que "a baia da cidade, a sua importante linha de costa, que inclui dois estuários, devem ser protegidos enquanto «zonas húmidas», em especial a ria de Alvor, classificada de interesse ambiental internacional".
As dunas da Meia-Praia, a Costa d'Oiro, as arribas do Porto de Mós até à Luz, mais no interior, o Paul, assim como o Pinheiral, as Ferrarias de Bensafrim e várias zonas a norte e noroeste do concelho delimitadas no PDM, além de toda a rede ecológica de reconhecida utilidade, a presença de solos aptos para agricultura com irrigação a partir de águas superficiais, na freguesia de Odiáxere, bem como a existência do sistema aquífero Odiáxere-Almádena, foram assinalados na mesma iniciativa.
Um património que tem sido matéria de estudo e preocupação mas que no entanto, e de acordo com nota do Grupo dos Amigos de Lagos, "como também foi denunciado, o interesse à sua volta tem sido relegado para segundo plano, onde a responsabilidade ambiental deveria prevalecer para um desenvolvimento harmonioso e para as gerações futuras".
Entre outros aspetos foi discutida a "preocupante abordagem" das zonas de sapal, a pressão turística na orla costeira, a instalação de equipamentos e culturas de regadio baseadas no aquífero mencionado, em áreas extensas (mais de 100 hectares), ameaçando a reserva estratégica de água e a vulnerabilidade da paisagem.